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Génesis 26.




Capítulos

1. E havia fome na terra, além da primeira fome, que foi nos dias de Abraão; por isso, foi-se Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus, em Gerar.
2. E apareceu-lhe o Senhor e disse: Não desças ao Egito. Habita na terra que eu te disser;
3. Peregrina nesta terra, e serei contigo e te abençoarei; porque a ti e à tua semente darei todas estas terras e confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão, teu pai.
4. E multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e darei à tua semente todas estas terras. E em tua semente serão benditas todas as nações da terra,
5. Porquanto Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis.
6. Assim, habitou Isaque em Gerar.
7. E, perguntando-lhe os varões daquele lugar acerca de sua mulher, disse: É minha irmã; porque temia dizer: É minha mulher; para que porventura (dizia ele) me não matem os varões daquele lugar por amor de Rebeca; porque era formosa à vista.
8. E aconteceu que, como ele esteve ali muito tempo, Abimeleque, rei dos filisteus, olhou por uma janela e viu, e eis que Isaque estava brincando com Rebeca, sua mulher.
9. Então, chamou Abimeleque a Isaque e disse: Eis que, na verdade, é tua mulher; como, pois, disseste: É minha irmã? E disse-lhe Isaque: Porque eu dizia: Para que eu porventura não morra por causa dela.
10. E disse Abimeleque: Que é isto que nos fizeste? Facilmente se teria deitado alguém deste povo com a tua mulher, e tu terias trazido sobre nós um delito.
11. E mandou Abimeleque a todo o povo, dizendo: Qualquer que tocar neste varão ou em sua mulher certamente morrerá.
12. E semeou Isaque naquela mesma terra e colheu, naquele mesmo ano, cem medidas, porque o Senhor o abençoava.
13. E engrandeceu-se o varão e ia-se engrandecendo, até que se tornou mui grande;
14. E tinha possessão de ovelhas, e possessão de vacas, e muita gente de serviço, de maneira que os filisteus o invejavam.
15. E todos os poços que os servos de seu pai tinham cavado nos dias de Abraão, seu pai, os filisteus entulharam e encheram de terra.
16. Disse também Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós, porque muito mais poderoso te tens feito do que nós.
17. Então, Isaque foi-se dali, e fez o seu assento no vale de Gerar, e habitou lá.
18. E tornou Isaque, e cavou os poços de água que cavaram nos dias de Abraão, seu pai, e que os filisteus taparam depois da morte de Abraão, e chamou-os pelos nomes que os chamara seu pai.
19. Cavaram, pois, os servos de Isaque naquele vale e acharam ali um poço de águas vivas.
20. E os pastores de Gerar porfiaram com os pastores de Isaque, dizendo: Esta água é nossa. Por isso, chamou o nome daquele poço Eseque, porque contenderam com ele.
21. Então, cavaram outro poço e também porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Sitna.
22. E partiu dali e cavou outro poço; e não porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Reobote e disse: Porque agora nos alargou o Senhor, e crescemos nesta terra.
23. Depois, subiu dali a Berseba,
24. E apareceu-lhe o Senhor naquela mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo.
25. Então, edificou ali um altar, e invocou o nome do Senhor, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço.
26. E Abimeleque veio a ele de Gerar, com Ausate, seu amigo, e Ficol, príncipe do seu exército.
27. E disse-lhe Isaque: Por que viestes a mim, pois que vós me aborreceis e me enviastes de vós?
28. E eles disseram: Havemos visto, na verdade, que o Senhor é contigo; pelo que dissemos: Haja, agora, juramento entre nós, entre nós e ti; e façamos concerto contigo.
29. Que nos não faças mal, como nós te não temos tocado, e como te fizemos somente bem, e te deixamos ir em paz. Agora, tu és o bendito do Senhor.
30. Então, lhes fez um banquete, e comeram e beberam.
31. E levantaram-se de madrugada e juraram um ao outro; depois, os despediu Isaque, e despediram-se dele, em paz.
32. E aconteceu, naquele mesmo dia, que vieram os servos de Isaque, e anunciaram-lhe acerca do negócio do poço, que tinham cavado, e disseram-lhe: Temos achado água.
33. E chamou-o Seba. Por isso, é o nome daquela cidade Berseba até o dia de hoje.
34. Ora, sendo Esaú da idade de quarenta anos, tomou por mulher a Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu.
35. E estas foram para Isaque e Rebeca uma amargura de espírito.

Capítulo 27.




1. E aconteceu que, como Isaque envelheceu, e os seus olhos se escureceram, de maneira que não podia ver, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e disse-lhe: Meu filho! E ele lhe disse: Eis-me aqui!
2. E ele disse: Eis que já agora estou velho e não sei o dia da minha morte.
3. Agora, pois, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, e sai ao campo, e apanha para mim alguma caça,
4. E faze-me um guisado saboroso, como eu gosto, e traze-mo, para que eu coma, e para que minha alma te abençoe, antes que morra.
5. E Rebeca escutou quando Isaque falava ao seu filho Esaú; e foi-se Esaú ao campo, para apanhar caça que havia de trazer.
6. Então, falou Rebeca a Jacó, seu filho, dizendo: Eis que tenho ouvido o teu pai que falava com Esaú, teu irmão, dizendo:
7. Traze-me caça e faze-me um guisado saboroso, para que eu coma e te abençoe diante da face do Senhor, antes da minha morte.
8. Agora, pois, filho meu, ouve a minha voz naquilo que eu te mando.
9. Vai, agora, ao rebanho e traze-me de lá dois bons cabritos; e eu farei deles um guisado saboroso para teu pai, como ele gosta;
10. E levá-lo-ás a teu pai, para que o coma e para que te abençoe antes da sua morte.
11. Então, disse Jacó a Rebeca, sua mãe: Eis que Esaú, meu irmão, é varão cabeludo, e eu, varão liso.
12. Porventura, me apalpará o meu pai, e serei, a seus olhos, enganador; assim, trarei eu sobre mim maldição e não bênção.
13. E disse-lhe sua mãe: Meu filho, sobre mim seja a tua maldição; somente obedece à minha voz, e vai, e traze-mos.
14. E foi, e tomou-os, e trouxe-os à sua mãe; e sua mãe fez um guisado saboroso, como seu pai gostava.
15. Depois, tomou Rebeca as vestes de gala de Esaú, seu filho mais velho, que tinha consigo em casa, e vestiu a Jacó, seu filho menor.
16. E, com as peles dos cabritos, cobriu as suas mãos e a lisura do seu pescoço
17. E deu o guisado saboroso e o pão que tinha preparado na mão de Jacó, seu filho.
18. E veio ele a seu pai e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui. Quem és tu, meu filho?
19. E Jacó disse a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogénito. Tenho feito como me disseste. Levanta-te agora, assenta-te e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe.
20. Então, disse Isaque a seu filho: Como é isto, que tão cedo a achaste, filho meu? E ele disse: Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro.
21. E disse Isaque a Jacó: Chega-te agora, para que te apalpe, meu filho, se és meu filho Esaú mesmo ou não.
22. Então, se chegou Jacó a Isaque, seu pai, que o apalpou e disse: A voz é a voz de Jacó, porém as mãos são as mãos de Esaú.
23. E não o conheceu, porquanto as suas mãos estavam cabeludas, como as mãos de Esaú, seu irmão. E abençoou-o.
24. E disse: És tu meu filho Esaú mesmo? E ele disse: Eu sou.
25. Então, disse: Faze chegar isso perto de mim, para que coma da caça de meu filho; para que a minha alma te abençoe. E chegou-lho, e comeu; trouxe-lhe também vinho, e bebeu.
26. E disse-lhe Isaque, seu pai: Ora, chega-te e beija-me, filho meu.
27. E chegou-se e beijou-o. Então, cheirou o cheiro das suas vestes, e abençoou-o, e disse: Eis que o cheiro do meu filho é como o cheiro do campo, que o Senhor abençoou.
28. Assim, pois, te dê Deus do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto.
29. Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem.
30. E aconteceu que, acabando Isaque de abençoar a Jacó, apenas Jacó acabava de sair da face de Isaque, seu pai, veio Esaú, seu irmão, da sua caça.
31. E fez também ele um guisado saboroso, e trouxe-o a seu pai, e disse a seu pai: Levanta-te, meu pai, e come da caça de teu filho, para que me abençoe a tua alma.
32. E disse-lhe Isaque, seu pai: Quem és tu? E ele disse: Eu sou teu filho, o teu primogénito, Esaú.
33. Então, estremeceu Isaque de um estremecimento muito grande e disse: Quem, pois, é aquele que apanhou a caça e ma trouxe? Eu comi de tudo, antes que tu viesses, e abençoei-o; também será bendito.
34. Esaú, ouvindo as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo brado e disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai.
35. E ele disse: Veio o teu irmão com sutileza e tomou a tua bênção.
36. Então, disse ele: Não foi o seu nome justamente chamado Jacó? Por isso, que já duas vezes me enganou: a minha primogenitura me tomou e eis que agora me tomou a minha bênção. E disse mais: Não reservaste, pois, para mim bênção alguma?
37. Então, respondeu Isaque e disse a Esaú: Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo e de mosto o tenho fortalecido; que te farei, pois, agora a ti, meu filho?
38. E disse Esaú a seu pai: Tens uma só bênção, meu pai? Abençoa-me também a mim, meu pai. E levantou Esaú a sua voz e chorou.
39. Então, respondeu Isaque, seu pai, e disse-lhe: Eis que a tua habitação será longe das gorduras da terra e sem orvalho dos céus.
40. E pela tua espada viverás e ao teu irmão servirás. Acontecerá, porém, que, quando te libertares, então, sacudirás o seu jugo do teu pescoço.
41. E aborreceu Esaú a Jacó por causa daquela bênção, com que seu pai o tinha abençoado; e Esaú disse no seu coração: Chegar-se-ão os dias de luto de meu pai; então, matarei a Jacó, meu irmão.
42. E foram denunciadas a Rebeca estas palavras de Esaú, seu filho mais velho; e ela enviou, e chamou a Jacó, seu filho menor, e disse-lhe: Eis que Esaú, teu irmão, se consola a teu respeito, propondo-se matar-te.
43. Agora, pois, meu filho, ouve a minha voz: levanta-te e acolhe-te a Labão, meu irmão, em Harã;
44. E mora com ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão,
45. Até que se desvie de ti a ira de teu irmão, e se esqueça do que lhe fizeste. Então, enviarei e te farei vir de lá. Por que seria eu desfilhada também de vós ambos num mesmo dia?
46. E disse Rebeca a Isaque: Enfadada estou da minha vida, por causa das filhas de Hete; se Jacó tomar mulher das filhas de Hete, como estas são das filhas desta terra, para que me será a vida.

Capítulo 28.




1. E Isaque chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe: Não tomes mulher de entre as filhas de Canaã.
2. Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma mulher das filhas de Labão, irmão de tua mãe.
3. E Deus Todo-poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos;
4. E te dê a bênção de Abraão, a ti e à tua semente contigo, para que em herança possuas a terra de tuas peregrinações, que Deus deu a Abraão.
5. Assim, enviou Isaque a Jacó, o qual se foi a Padã-Arã, a Labão, filho de Betuel, arameu, irmão de Rebeca, mãe de Jacó e de Esaú.
6. Vendo, pois, Esaú que Isaque abençoara a Jacó, e o enviara a Padã-Arã, para tomar mulher para si dali, e que, abençoando-o, lhe ordenara, dizendo: Não tomes mulher das filhas de Canaã;
7. E que Jacó obedecera a seu pai e a sua mãe e se fora a Padã-Arã;
8. Vendo também Esaú que as filhas de Canaã eram más aos olhos de Isaque, seu pai,
9. Foi-se Esaú a Ismael e tomou para si por mulher, além das suas mulheres, a Maalate, filha de Ismael, filho de Abraão, e irmã de Nebaiote.
10. Partiu, pois, Jacó de Berseba, e foi-se a Harã.
11. E chegou a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou uma das pedras daquele lugar, e a pôs por sua cabeceira, e deitou-se naquele lugar.
12. E sonhou: e eis era posta na terra uma escada cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela.
13. E eis que o Senhor estava em cima dela e disse: Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque. Esta terra em que estás deitado ta darei a ti e à tua semente.
14. E a tua semente será como o pó da terra; e estender-se -á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul; e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra.
15. E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito.
16. Acordado, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia.
17. E temeu e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a Casa de Deus; e esta é a porta dos céus.
18. Então, levantou-se Jacó pela manhã, de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por sua cabeceira, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela.
19. E chamou o nome daquele lugar Betel; o nome, porém, daquela cidade, dantes, era Luz.
20. E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir,
21. E eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor será o meu Deus;
22. E esta pedra, que tenho posto por coluna, será Casa de Deus; e, de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.

Capítulo 29.




1. Então, pôs-se Jacó a pé e foi-se à terra dos filhos do Oriente.
2. E olhou, e eis um poço no campo, e eis três rebanhos de ovelhas que estavam deitados junto a ele; porque daquele poço davam de beber aos rebanhos; e havia uma grande pedra sobre a boca do poço.
3. E ajuntavam ali todos os rebanhos, e removiam a pedra de sobre a boca do poço, e davam de beber às ovelhas, e tornavam a pôr a pedra sobre a boca do poço, no seu lugar.
4. E disse-lhes Jacó: Meus irmãos, donde sois? E disseram: Somos de Harã.
5. E ele lhes disse: Conheceis a Labão, filho de Naor? E disseram: Conhecemos.
6. Disse-lhes mais: Está ele bem? E disseram: Está bem, e eis aqui Raquel, sua filha, que vem com as ovelhas.
7. E ele disse: Eis que ainda é muito dia, não é tempo de ajuntar o gado; dai de beber às ovelhas, e ide, e apascentai-as.
8. E disseram: Não podemos, até que todos os rebanhos se ajuntem, e removam a pedra de sobre a boca do poço, para que demos de beber às ovelhas.
9. Estando ele ainda falando com eles, veio Raquel com as ovelhas de seu pai; porque ela era pastora.
10. E aconteceu que, vendo Jacó a Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão, irmão de sua mãe, chegou Jacó, e revolveu a pedra de sobre a boca do poço, e deu de beber às ovelhas de Labão, irmão de sua mãe.
11. E Jacó beijou a Raquel, e levantou a sua voz, e chorou.
12. E Jacó anunciou a Raquel que era irmão de seu pai e que era filho de Rebeca. Então, ela correu e o anunciou a seu pai.
13. E aconteceu que, ouvindo Labão as novas de Jacó, filho de sua irmã, correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e beijou-o, e levou-o à sua casa. E contou ele a Labão todas estas coisas.
14. Então, Labão disse-lhe: Verdadeiramente és tu o meu osso e a minha carne. E ficou com ele um mês inteiro.
15. Depois, disse Labão a Jacó: Porque tu és meu irmão, hás de servir-me de graça? Declara-me qual será o teu salário.
16. E Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Léia, e o nome da menor, Raquel.
17. Léia, porém, tinha olhos tenros, mas Raquel era de formoso semblante e formosa à vista.
18. E Jacó amava a Raquel e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha menor.
19. Então, disse Labão: Melhor é que eu ta dê do que a dê a outro varão; fica comigo.
20. Assim, serviu Jacó sete anos por Raquel; e foram aos seus olhos como poucos dias, pelo muito que a amava.
21. E disse Jacó a Labão: Dá-me minha mulher, porque meus dias são cumpridos, para que eu entre a ela.
22. Então, ajuntou Labão todos os varões daquele lugar e fez um banquete.
23. E aconteceu, à tarde, que tomou Léia, sua filha, e trouxe-lha. E entrou a ela.
24. E Labão deu sua serva Zilpa por serva a Léia, sua filha.
25. E aconteceu pela manhã ver que era Léia; pelo que disse a Labão: Por que me fizeste isso? Não te tenho servido por Raquel? Por que, pois, me enganaste?
26. E disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da primogénita.
27. Cumpre a semana desta; então te daremos também a outra, pelo serviço que ainda outros sete anos servires comigo.
28. E Jacó fez assim e cumpriu a semana desta; então, lhe deu por mulher Raquel, sua filha.
29. E Labão deu sua serva Bila por serva a Raquel, sua filha.
30. E entrou também a Raquel e amou também a Raquel mais do que a Léia; e serviu com ele ainda outros sete anos.
31. Vendo, pois, o Senhor que Léia era aborrecida, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril.
32. E concebeu Léia, e teve um filho, e chamou o seu nome Rúben, dizendo: Porque o Senhor atendeu à minha aflição. Por isso, agora me amará o meu marido.
33. E concebeu outra vez e teve um filho, dizendo: Porquanto o Senhor ouviu que eu era aborrecida, me deu também este; e chamou o seu nome Simeão.
34. E concebeu outra vez e teve um filho, dizendo: Agora, esta vez se ajuntará meu marido comigo, porque três filhos lhe tenho dado; por isso, chamou o seu nome Levi.
35. E concebeu outra vez e teve um filho, dizendo: Esta vez louvarei ao Senhor. Por isso, chamou o seu nome Judá; e cessou de ter filhos.

Capítulo 30.




1. Vendo, pois, Raquel que não dava filhos a Jacó, teve Raquel inveja de sua irmã e disse a Jacó: Dá-me filhos, senão morro.
2. Então, se acendeu a ira de Jacó contra Raquel e disse: Estou eu no lugar de Deus, que te impediu o fruto de teu ventre?
3. E ela disse: Eis aqui minha serva Bila; entra a ela, para que tenha filhos sobre os meus joelhos, e eu assim receba filhos por ela.
4. Assim, lhe deu a Bila, sua serva, por mulher; e Jacó entrou a ela.
5. E concebeu Bila e deu a Jacó um filho.
6. Então, disse Raquel: Julgou-me Deus, e também ouviu a minha voz, e me deu um filho; por isso, chamou o seu nome Dã.
7. E Bila, serva de Raquel, concebeu outra vez e deu a Jacó o segundo filho.
8. Então, disse Raquel: Com lutas de Deus, tenho lutado com minha irmã e também venci; e chamou o seu nome Naftali.
9. Vendo, pois, Léia que cessava de gerar, tomou também a Zilpa, sua serva, e deu-a a Jacó por mulher.
10. E deu Zilpa, serva de Léia, um filho a Jacó.
11. Então, disse Léia: Vem uma turba; e chamou o seu nome de Gade.
12. Depois, deu Zilpa, serva de Léia, um segundo filho a Jacó.
13. Então, disse Léia: Para minha ventura, porque as filhas me terão por bem-aventurada; e chamou o seu nome Aser.
14. E foi Rúben, nos dias da sega do trigo, e achou mandrágoras no campo. E trouxe-as a Léia, sua mãe. Então, disse Raquel a Léia: Ora, dá-me das mandrágoras do teu filho.
15. E ela lhe disse: É já pouco que hajas tomado o meu marido? Tomarás também as mandrágoras do meu filho? Então, disse Raquel: Por isso, se deitará contigo esta noite pelas mandrágoras de teu filho.
16. Vindo, pois, Jacó, à tarde, do campo, saiu-lhe Léia ao encontro e disse: A mim entrarás, porque certamente te aluguei com as mandrágoras do meu filho. E deitou-se com ela aquela noite.
17. E ouviu Deus a Léia, e concebeu e teve um quinto filho.
18. Então, disse Léia: Deus me tem dado o meu galardão, pois tenho dado minha serva ao meu marido. E chamou o seu nome Issacar.
19. E Léia concebeu outra vez e deu a Jacó um sexto filho.
20. E disse Léia: Deus me deu a mim uma boa dádiva; desta vez morará o meu marido comigo, porque lhe tenho dado seis filhos. E chamou o seu nome Zebulom.
21. E, depois, teve uma filha e chamou o seu nome Diná.
22. E lembrou-se Deus de Raquel, e Deus a ouviu, e abriu a sua madre.
23. E ela concebeu, e teve um filho, e disse: Tirou-me Deus a minha vergonha.
24. E chamou o seu nome José, dizendo: O Senhor me acrescente outro filho.
25. E aconteceu que, quando Raquel teve a José, disse Jacó a Labão: Deixa-me ir; que me vá ao meu lugar e à minha terra.
26. Dá-me os meus filhos e as minhas mulheres, pelas quais te tenho servido, e ir-me-ei; pois tu sabes o meu serviço, que te tenho feito.
27. Então, lhe disse Labão: Se, agora, tenho achado graça a teus olhos, fica comigo. Tenho experimentado que o Senhor me abençoou por amor de ti.
28. E disse mais: Determina-me o teu salário, que to darei.
29. Então, lhe disse: Tu sabes como te tenho servido e como passou o teu gado comigo.
30. Porque o pouco que tinhas antes de mim é aumentado até uma multidão; e o Senhor te tem abençoado por meu trabalho. Agora, pois, quando hei de trabalhar também por minha casa?
31. E disse ele: Que te darei? Então, disse Jacó: Nada me darás; tornarei a apascentar e a guardar o teu rebanho, se me fizeres isto:
32. Passarei hoje por todo o teu rebanho, separando dele todos os salpicados e malhados, e todos os morenos entre os cordeiros, e o que é malhado e salpicado entre as cabras; e isto será o meu salário.
33. Assim, testificará por mim a minha justiça no dia de amanhã, quando vieres e o meu salário estiver diante de tua face; tudo o que não for salpicado e malhado entre as cabras e moreno entre os cordeiros ser-me-á por furto.
34. Então, disse Labão: Tomara que seja conforme a tua palavra.
35. E separou, naquele mesmo dia, os bodes listrados e malhados e todas as cabras salpicadas e malhadas, tudo em que havia brancura e todo o moreno entre os cordeiros; e deu-os nas mãos dos seus filhos.
36. E pôs três dias de caminho entre si e Jacó; e Jacó apascentava o resto dos rebanhos de Labão.
37. Então, tomou Jacó varas verdes de álamo, e de aveleira, e de castanheiro e descascou nelas riscas brancas, descobrindo a brancura que nas varas havia,
38. E pôs estas varas, que tinha descascado, em frente do rebanho, nos canos e nas pias de água, aonde o rebanho vinha a beber, e conceberam vindo a beber.
39. E concebia o rebanho diante das varas, e as ovelhas davam crias listradas, salpicadas e malhadas.
40. Então, separou Jacó os cordeiros e pôs as faces do rebanho para os listrados e todo moreno entre o rebanho de Labão; e pôs o seu rebanho à parte e não o pôs com o rebanho de Labão.
41. E sucedia que, cada vez que concebiam as ovelhas fortes, punha Jacó as varas diante dos olhos do rebanho nos canos, para que concebessem diante das varas.
42. Mas, quando enfraqueceu o rebanho, não as pôs. Assim, as fracas eram de Labão, e as fortes, de Jacó.
43. E cresceu o varão em grande maneira; e teve muitos rebanhos, e servas, e servos, e camelos, e jumentos.

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