Bíblia Completa Pt - Índice com todos os livros.

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Bíblia Completa - Com todos os livros.

Bíblia completa pT.: Marcos 5.

Marcos 5.

Capítulos
1  a  4
5  a  8
9  a  12
13  a  16     Lucas



1. E chegaram à outra banda do mar, à província dos gadarenos.
2. E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo;
3. O qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender;
4. Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguém o podia amansar.
5. E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros, e ferindo-se com pedras.
6. E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o.
7. E clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes.
8. (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo).
9. E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos.
10. E rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província.
11. E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos
12. E todos aqueles demónios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles.
13. E Jesus logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil), e afogaram-se no mar.
14. E os que apascentavam os porcos fugiram, e o anunciaram na cidade e nos campos; e saíram muitos a ver o que era aquilo que tinha acontecido.
15. E foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram.
16. E os que aquilo tinham visto contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado; e acerca dos porcos:
17. E começaram a rogar-lhe que saísse dos seus termos.
18. E, entrando ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele.
19. Jesus, porém, não lho permitiu, mas disse-lhes: Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti.
20. E ele foi, e começou a anunciar em Dacápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera; e todos se maravilhavam.
21. E, passando Jesus outra vez num barco para a outra banda, ajuntou-se a ele uma grande multidão; e ele estava junto do mar.
22. E, eis que chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo, e, vendo-o, prostrou-se aos seus pés.
23. E rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare, e viva.
24. E foi com ele, e seguia-o uma grande multidão, que o apertava.
25. E certa mulher, que havia doze anos tinha um fluxo de sangue,
26. E que havia padecido muito com muitos médicos, e despendido tudo quanto tinha, nada lhe aproveitando isso, antes indo a pior;
27. Ouvindo falar de Jesus, veio por detrás entre a multidão, e tocou no seu vestido.
28. Porque dizia: Se tão somente tocar nos seus vestidos, sararei.
29. E logo se lhe secou a fonte do seu sangue; e sentiu no seu corpo estar já curada daquele mal.
30. E logo Jesus, conhecendo que a virtude de si mesmo, saíra, voltou-se para a multidão, e disse: Quem tocou nos meus vestidos?
31. E disseram-lhe os seus discípulos: Vês que a multidão te aperta, e dizes: Quem me tocou?
32. E ele olhava em redor, para ver a que isto fizera.
33. Então a mulher, que sabia o que lhe tinha acontecido, temendo e tremendo, aproximou-se dele, e disse-lhe toda a verdade.
34. E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada deste teu mal.
35. E estando ele ainda falando, chegaram alguns do principal da sinagoga; a quem disseram: A tua filha está morta; para que enfadas mais o Mestre?
36. E Jesus, tendo ouvido estas palavras, disse ao principal da sinagoga: Não temas, crê somente.
37. E não permitiu que alguém o seguisse, a não ser Pedro, Tiago, e João, irmão de Tiago.
38. E, tendo chegado a casa do principal da sinagoga, viu o alvoroço, e os que choravam muito e pranteavam.
39. E, entrando, disse-lhes: Porque vos alvoroçais e chorais? A menina não está morta, mas dorme.
40. E riam-se dele; porém, ele, tendo-os feito sair, tomou consigo o pai e a mãe da menina, e os que com ele estavam, e entrou onde a menina estava deitada.
41. E, tomando a mão da menina, disse-lhe: Talita cumi - que, traduzido, é: Menina, a ti te digo, levanta-te.
42. E logo a menina se levantou, e andava, pois já tinha doze anos; e assombraram-se com grande espanto.
43. E mandou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e disse que lhe dessem de comer.

Capítulo 6.



1. E partindo dali, chegou à sua pátria, e os seus discípulos o seguiram.
2. E, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se admiravam, dizendo: Donde lhe vêm estas coisas? e que sabedoria é esta que lhe foi dada? e como se fazem tais maravilhas por suas mãos?
3. Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? E não estão aqui connosco, suas irmãs? E escandalizavam-se nele.
4. E Jesus lhes dizia: Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre os seus parentes, e na sua casa.
5. E não podia fazer ali obras maravilhosas; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.
6. E estava admirado da incredulidade deles. E percorreu as aldeias vizinhas, ensinando.
7. Chamou a si os doze, e começou a enviá-los dois a dois, e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos;
8. E ordenou-lhes que nada tomassem para o caminho, senão somente um bordão; nem alforge, nem pão, nem dinheiro no cinto;
9. Mas que calçassem alparcas, e que não vestissem duas túnicas.
10. E dizia-lhes: Na casa em que entrardes, ficai nela até partirdes dali.
11. E, quando alguns vos não receberem, nem vos ouvirem, saindo dali, sacudi o pó que estiver debaixo dos vossos pés, em testemunho contra eles. Em verdade vos digo que haverá mais tolerância no dia de juízo para Sodoma e Gomorra do que para os daquela cidade.
12. E, saindo eles, pregavam que se arrependessem.
13. E expulsavam muitos demónios, e ungiam muitos enfermos com óleo, e os curavam.
14. E ouviu isto o rei Herodes (porque o nome de Jesus se tornara notório), e disse: João, o que baptizava, ressuscitou dos mortos, e por isso estas maravilhas operam nele.
15. Outros diziam: É Elias. E diziam outros: É um profeta, ou como um dos profetas.
16. Herodes, porém, ouvindo isto, disse: Este é João, que mandei degolar; ressuscitou dos mortos.
17. Porquanto o mesmo Herodes mandara prender a João, e encerrá-lo maniatado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão, porquanto tinha casado com ela.
18. Pois João dizia a Herodes: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão.
19. E Herodias o espiava, e queria matá-lo, mas não podia;
20. Porque Herodes temia a João, sabendo que era varão justo e santo; e guardava-o com segurança, e fazia muitas coisas, atendendo-o, e de boamente o ouvia.
21. E, chegando uma ocasião favorável em que Herodes, no dia dos seus anos, dava uma ceia aos grandes, e tribunos, e príncipes da Galileia,
22. Entrou a filha da mesma Herodias, e dançou, e agradou a Herodes e aos que estavam com ele à mesa; disse então o rei à menina: Pede-me o que quiseres, e eu to darei.
23. E jurou-lhe, dizendo: Tudo o que me pedires te darei, até metade do meu reino.
24. E, saindo ela, perguntou a sua mãe: Que pedirei? Ela disse: A cabeça de João Baptista.
25. E, entrando logo apressadamente, pediu ao rei, dizendo: Quero que imediatamente me dês num prato a cabeça de João Baptista.
26. E o rei entristeceu-se muito; todavia, por causa do juramento e dos que estavam com ele à mesa, não lha quis negar.
27. E, enviando logo o rei o executor, mandou que lhe trouxessem ali a cabeça de João. E ele foi, e degolou-o na prisão;
28. E trouxe a cabeça num prato, e deu-a à menina, e a menina a deu a sua mãe.
29. E os seus discípulos, tendo ouvido isto, foram, tomaram o seu corpo, e o puseram num sepulcro.
30. E os apóstolos ajuntaram-se a Jesus, e contaram-lhe tudo, tanto o que tinham feito como o que tinham ensinado.
31. E ele disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco. Porque havia muitos que iam e vinham, e não tinham tempo para comer.
32. E foram sós num barco para um lugar deserto.
33. E a multidão viu-os partir, e muitos o conheciam; e correram para lá a pé de todas as cidades, e ali chegaram primeiro do que eles, e aproximavam-se dele.
34. E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas.
35. E, como o dia fosse já muito adiantado, os seus discípulos se aproximaram dele e lhe disseram: O lugar é deserto, e o dia está já muito adiantado.
36. Despede-os, para que vão aos lugares e aldeias circunvizinhas, e comprem pão para si; porque não têm que comer.
37. Ele, porém, respondendo, lhes disse: Dai-lhes vós de comer. E eles disseram-lhe: Iremos nós; e compraremos duzentos dinheiros de pão para lhes darmos de comer?
38. E ele disse-lhes: Quantos pães tendes? Ide ver. E, sabendo-o eles, disseram: Cinco pães e dois peixes.
39. E ordenou-lhes que fizessem assentar a todos, em ranchos, sobre a erva verde.
40. E assentaram-se repartidos de cem em cem, e de cinquenta em cinquenta.
41. E, tomando ele os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou e partiu os pães, e deu-os aos seus discípulos para que os pusessem diante deles. E repartiu os dois peixes por todos;
42. E todos comeram, e ficaram fartos.
43. E levantaram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe.
44. E os que comeram os pães eram quase cinco mil homens.
45. E logo obrigou os seus discípulos a subir para o barco, e passar adiante, para a outra banda, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão.
46. E, tendo-se despedido, foi ao monte orar.
47. E, sobrevindo a tarde estava o barco no meio do mar e ele sozinho em terra.
48. E vendo que se fatigavam a remar, porque o vento lhes era contrário, perto da quarta vigília da noite aproximou-se deles, andando sobre o mar, e queria passar-lhes adiante.
49. Mas, quando eles o viram andar sobre o mar, cuidaram que era um fantasma, e deram grandes gritos.
50. Porque todos o viam, e perturbaram-se; mas logo falou com eles, e disse-lhes: Tende bom ânimo; sou eu, não temais.
51. E subiu para o barco para estar com eles, e o vento se aquietou; e entre si ficaram muito assombrados e maravilhados;
52. Pois não tinham compreendido o milagre dos pães; antes o seu coração estava endurecido.
53. E, quando já estavam na outra banda, dirigiram-se à terra de Genezaré, e ali atracaram.
54. E, saindo eles do barco, logo o conheceram;
55. E, correndo toda a terra em redor, começaram a trazer em leitos, aonde quer que sabiam que ele estava, os que se achavam enfermos.
56. E, onde quer que entrava, ou em cidade, ou aldeias, ou no campo, apresentavam os enfermos nas praças, e rogavam-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla do seu vestido; e todos os que lhe tocavam saravam.

Capítulo 7.



1. E ajuntaram-se a eles os fariseus, e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalém.
2. E, vendo que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar, os repreendiam.
3. Porque os fariseus, e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes;
4. E, quando voltam do mercado, se não se lavarem, não comem. E muitas outras coisas há que receberam para observar, como lavar os copos, e os jarros, e os vasos de metal e as camas,
5. Depois perguntaram-lhe os fariseus e os escribas: Porque não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos por lavar?
6. E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
7. Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens:
8. Porque; deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas.
9. E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição.
10. Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe, morrerá de morte:
11. Porém vós dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor;
12. Nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe,
13. Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas.
14. E, chamando outra vez a multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós todos, e compreendei.
15. Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem.
16. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.
17. Depois, quando deixou a multidão, e entrou em casa, os seus discípulos o interrogavam acerca desta parábola.
18. E ele disse-lhes: Assim também vós estais sem entendimento? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar,
19. Porque não entra no seu coração, mas no ventre, e é lançado fora, ficando puras todas as comidas?
20. E dizia: O que sai do homem isso contamina o homem.
21. Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios,
22. Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfémia, a soberba, a loucura.
23. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.
24. E, levantando-se dali, foi para os termos de Tiro e de Sidon. E, entrando numa casa, não queria que alguém o soubesse, mas não pôde esconder-se;
25. Porque uma mulher, cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele, foi, e lançou-se aos seus pés.
26. E esta mulher era grega, sirofenícia de nação, e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demónio.
27. Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos; porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.
28. Ela, porém, respondeu, e disse-lhe: Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos.
29. Então ele disse-lhe: Por essa palavra, vai; o demónio já saiu de tua filha.
30. E, indo ela para sua casa; achou a filha deitada sobre a cama, e que o demónio já tinha saído.
31. E ele, tornando a sair dos termos de Tiro e de Sidon, foi até ao mar da Galiléia, pelos confins de Decápolis.
32. E trouxeram-lhe um surdo, que falava dificilmente; e rogaram que pusesse a mão sobre ele.
33. E, tirando-o à parte de entre a multidão, meteu-lhe os dedos nos ouvidos; e, cuspindo-lhe, tocou-lhe na língua.
34. E, levantando os olhos ao céu, suspirou, e disse: Efatá; isto é: Abre-te.
35. E logo se abriram os seus ouvidos, e a prisão da língua se desfez, e falava perfeitamente.
36. E ordenou-lhes que a ninguém o dissessem; mas, quanto mais lho proibia, tanto mais o divulgavam.
37. E, admirando-se sobremaneira, diziam: Tudo faz bem; faz ouvir os surdos e falar os mudos.

Capítulo 8.



1. Naqueles dias, havendo mui grande multidão, e não tendo de comer, Jesus chamou a si os seus discípulos, e disse-lhes:
2. Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão comigo, e não têm que comer.
3. E, se os deixar ir em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns deles vieram de longe.
4. E os seus discípulos responderam-lhe: Donde poderá alguém satisfazê-los de pão aqui no deserto?
5. E perguntou-lhes: Quantos pães tendes? E disseram-lhe: Sete.
6. E ordenou à multidão que se assentasse no chão. E, tomando os sete pães, e tendo dado graças, partiu-os, e deu-os aos seus discípulos, para que os pusessem diante deles, e puseram-nos diante da multidão.
7. Tinham também uns poucos de peixinhos; e tendo dado graças, ordenou que também lhos pusessem diante.
8. E comeram, e saciaram-se; e dos pedaços que sobejaram levantaram sete alcofas.
9. E os que comeram eram quase quatro mil; e despediu-os.
10. E, entrando logo no barco com os seus discípulos, foi para as partes de Dalmanuta.
11. E saíram os fariseus, e começaram a disputar com ele, pedindo-lhe, para o tentarem, um sinal do céu.
12. E, suspirando profundamente em seu espírito disse: Porque pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não se dará sinal algum.
13. E, deixando-os, tornou a entrar no barco, e foi para a outra banda.
14. E eles se esqueceram de levar pão, e no barco não tinham consigo senão um pão.
15. E ordenou-lhes, dizendo: Olhai, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes.
16. E arrazoavam entre si, dizendo: É porque não temos pão.
17. E Jesus, conhecendo isto, disse-lhes: Para que arrazoais, que não tendes pão? Não considerastes ainda? Tendes ainda o vosso coração endurecido?
18. Tendo olhos, não vedes? E, tendo ouvidos, não ouvis? E não vos lembrais,
19. Quando parti os cinco pães entre os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços levantastes? Disseram-lhe: Doze.
20. E, quando parti os sete entre os quatro mil, quantas alcofas cheias de pedaços levantastes. E disseram-lhe: Sete
21. E ele lhes disse: Como não entendeis ainda?
22. E chegou a Betsaida, e trouxeram-lhe um cego, e rogaram-lhe que lhe tocasse.
23. E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e, cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa.
24. E, levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens, pois os vejo como árvores que andam.
25. Depois tornou a pôr-lhe as mãos nos olhos, e ele, olhando firmemente ficou restabelecido, e já via ao longe e distintamente a todos.
26. E mandou-o para sua casa, dizendo: Não entres na aldeia.
27. E saiu Jesus e os seus discípulos para as aldeias de Cesareia de Filipo; e no caminho perguntou aos seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que eu sou?
28. E eles responderam: João Baptista; e outros, Elias; mas outros: Um dos profetas.
29. E ele lhes disse: Mas vós quem dizeis que eu sou? E, respondendo Pedro, lhe disse: Tu és o Cristo.
30. E admoestou-os, para que a ninguém dissessem aquilo dele.
31. E começou a ensinar-lhes que importava que o Filho do homem padecesse muito, e fosse rejeitado pelos anciãos e príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, mas que depois de três dias ressuscitaria.
32. E dizia abertamente estas palavras. E Pedro o tomou à parte, e começou a repreendê-lo.
33. Mas ele, virando-se, e olhando para os seus discípulos, repreendeu a Pedro, dizendo: Retira-te de diante de mim, Satanás; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas as que são dos homens.
34. E, chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.
35. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará.
36. Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?
37. Ou que daria o homem pelo resgate da sua alma?
38. Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.

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