1. Tendo pois muitos empreendido pôr em ordem a narração dos factos que entre nós se cumpriram,
2. Segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra,
3. Pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio;
4. Para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado.
5. Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judeia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Aarão; e o seu nome era Isabel.
6. E eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor.
7. E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade.
8. E aconteceu que, exercendo ele o sacerdócio diante de Deus, na ordem da sua turma,
9. Segundo o costume sacerdotal, coube em sorte entrar no templo do Senhor para oferecer o incenso.
10. E toda a multidão do povo estava fora, orando, à hora do incenso;
11. E um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do incenso.
12. E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu temor sobre ele.
13. Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João;
14. E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento,
15. Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe;
16. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus,
17. E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos; com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto.
18. Disse então Zacarias ao anjo: Como saberei isto? Pois eu já sou velho, e minha mulher avançada em idade.
19. E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas;
20. E eis que ficarás mudo, e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras que a seu tempo se hão-de cumprir.
21. E o povo estava esperando a Zacarias, e maravilhava-se de que tanto se demorasse no templo.
22. E, saindo ele não lhes podia falar; e entenderam que tinha alguma visão no templo. E falava por acenos, e ficou mudo.
23. E sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para sua casa.
24. E depois daqueles dias Isabel, sua mulher, concebeu, e por cinco meses se ocultou, dizendo:
25. Assim me fez o Senhor, nos dias em que atentou em mim, para destruir o meu opróbrio entre os homens.
26. E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré,
27. A uma virgem desposada com um varão, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
28. E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo: bem-dita és tu entre as mulheres.
29. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta.
30. Disse-lhe então o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus;
31. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.
32. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai;
33. E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.
34. E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço varão?
35. E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há-de nascer, será chamado Filho de Deus.
36. E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril.
37. Porque para Deus nada é impossível.
38. Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.
39. E naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá,
40. E entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel.
41. E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo;
42. E exclamou com grande voz, e disse: Bem-dita és tu entre as mulheres, e bem-dito é o fruto do teu ventre.
43. E donde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?
44. Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre.
45. Bem-aventurada a que creu, pois hão-de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas.
46. Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor,
47. E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador;
48. Porque atentou na baixeza de sua serva; pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada:
49. Porque me fez grandes coisas o Poderoso; e santo é o seu nome.
50. E a sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o temem.
51. Com o seu braço obrou valorosamente; dissipou os soberbos no pensamento de seus corações.
52. Depôs dos tronos os poderosos, e elevou os humildes.
53. Encheu de bens os famintos, e despediu vazios os ricos.
54. Auxiliou a Israel seu servo, recordando-se da sua misericórdia,
55. Como falou a nossos pais para com Abraão e sua posteridade, para sempre.
56. E Maria ficou com ela quase três meses, e depois voltou para sua casa.
57. E completou-se para Isabel o tempo de dar à luz, e teve um filho.
58. E os seus vizinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ela de grande misericórdia, e alegraram-se com ela.
59. E aconteceu que, ao oitavo dia, vieram circuncidar o menino, e lhe chamavam Zacarias, o nome de seu pai.
60. E, respondendo sua mãe, disse: Não, porém será chamado João.
61. E disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que se chame por este nome.
62. E perguntaram por acenos ao pai como queria que lhe chamassem.
63. E, pedindo ele uma tabuínha de escrever, escreveu, dizendo: O seu nome é João. E todos se maravilharam.
64. E logo a boca se lhe abriu, e a língua se lhe soltou; e falava, louvando a Deus.
65. E veio temor sobre todos os seus vizinhos, e em todas as montanhas da Judeia foram divulgadas todas estas coisas.
66. E todos os que as ouviam as conservavam em seus corações, dizendo: Quem será pois este menino? E a mão do Senhor estava com ele.
67. E Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo, e profetizou, dizendo:
68. Bem-dito o Senhor Deus de Israel, porque visitou e remiu o seu povo.
69. E nos levantou uma salvação poderosa na casa de Davi seu servo.
70. Como falou pela boca dos seus santos profetas, desde o principio do mundo;
71. Para nos livrar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos aborrecem;
72. Para manifestar misericórdia a nossos pais, e lembrar-se do seu santo concerto,
73. E do juramento que jurou a Abraão nosso pai,
74. De conceder-nos que, libertados da mão de nossos inimigos, o serviríamos sem temor,
75. Em santidade e justiça perante ele todos os dias da nossa vida.
76. E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás-de ir ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos;
77. Para dar ao seu povo conhecimento da salvação na remissão dos seus pecados;
78. Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, com que o Oriente do alto nos visitou;
79. Para alumiar aos que estão assentados em trevas e sombra da morte; a fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.
80. E o menino crescia, e se robustecia em espírito. E esteve nos desertos até ao dia em que havia de mostrar-se a Israel.
Capítulo 2.
2. Segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra,
3. Pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio;
4. Para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado.
5. Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judeia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Aarão; e o seu nome era Isabel.
6. E eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor.
7. E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade.
8. E aconteceu que, exercendo ele o sacerdócio diante de Deus, na ordem da sua turma,
9. Segundo o costume sacerdotal, coube em sorte entrar no templo do Senhor para oferecer o incenso.
10. E toda a multidão do povo estava fora, orando, à hora do incenso;
11. E um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do incenso.
12. E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu temor sobre ele.
13. Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João;
14. E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento,
15. Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe;
16. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus,
17. E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos; com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto.
18. Disse então Zacarias ao anjo: Como saberei isto? Pois eu já sou velho, e minha mulher avançada em idade.
19. E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas;
20. E eis que ficarás mudo, e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras que a seu tempo se hão-de cumprir.
21. E o povo estava esperando a Zacarias, e maravilhava-se de que tanto se demorasse no templo.
22. E, saindo ele não lhes podia falar; e entenderam que tinha alguma visão no templo. E falava por acenos, e ficou mudo.
23. E sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para sua casa.
24. E depois daqueles dias Isabel, sua mulher, concebeu, e por cinco meses se ocultou, dizendo:
25. Assim me fez o Senhor, nos dias em que atentou em mim, para destruir o meu opróbrio entre os homens.
26. E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré,
27. A uma virgem desposada com um varão, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
28. E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo: bem-dita és tu entre as mulheres.
29. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta.
30. Disse-lhe então o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus;
31. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.
32. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai;
33. E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.
34. E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço varão?
35. E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há-de nascer, será chamado Filho de Deus.
36. E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril.
37. Porque para Deus nada é impossível.
38. Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.
39. E naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá,
40. E entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel.
41. E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo;
42. E exclamou com grande voz, e disse: Bem-dita és tu entre as mulheres, e bem-dito é o fruto do teu ventre.
43. E donde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?
44. Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre.
45. Bem-aventurada a que creu, pois hão-de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas.
46. Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor,
47. E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador;
48. Porque atentou na baixeza de sua serva; pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada:
49. Porque me fez grandes coisas o Poderoso; e santo é o seu nome.
50. E a sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o temem.
51. Com o seu braço obrou valorosamente; dissipou os soberbos no pensamento de seus corações.
52. Depôs dos tronos os poderosos, e elevou os humildes.
53. Encheu de bens os famintos, e despediu vazios os ricos.
54. Auxiliou a Israel seu servo, recordando-se da sua misericórdia,
55. Como falou a nossos pais para com Abraão e sua posteridade, para sempre.
56. E Maria ficou com ela quase três meses, e depois voltou para sua casa.
57. E completou-se para Isabel o tempo de dar à luz, e teve um filho.
58. E os seus vizinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ela de grande misericórdia, e alegraram-se com ela.
59. E aconteceu que, ao oitavo dia, vieram circuncidar o menino, e lhe chamavam Zacarias, o nome de seu pai.
60. E, respondendo sua mãe, disse: Não, porém será chamado João.
61. E disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que se chame por este nome.
62. E perguntaram por acenos ao pai como queria que lhe chamassem.
63. E, pedindo ele uma tabuínha de escrever, escreveu, dizendo: O seu nome é João. E todos se maravilharam.
64. E logo a boca se lhe abriu, e a língua se lhe soltou; e falava, louvando a Deus.
65. E veio temor sobre todos os seus vizinhos, e em todas as montanhas da Judeia foram divulgadas todas estas coisas.
66. E todos os que as ouviam as conservavam em seus corações, dizendo: Quem será pois este menino? E a mão do Senhor estava com ele.
67. E Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo, e profetizou, dizendo:
68. Bem-dito o Senhor Deus de Israel, porque visitou e remiu o seu povo.
69. E nos levantou uma salvação poderosa na casa de Davi seu servo.
70. Como falou pela boca dos seus santos profetas, desde o principio do mundo;
71. Para nos livrar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos aborrecem;
72. Para manifestar misericórdia a nossos pais, e lembrar-se do seu santo concerto,
73. E do juramento que jurou a Abraão nosso pai,
74. De conceder-nos que, libertados da mão de nossos inimigos, o serviríamos sem temor,
75. Em santidade e justiça perante ele todos os dias da nossa vida.
76. E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás-de ir ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos;
77. Para dar ao seu povo conhecimento da salvação na remissão dos seus pecados;
78. Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, com que o Oriente do alto nos visitou;
79. Para alumiar aos que estão assentados em trevas e sombra da morte; a fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.
80. E o menino crescia, e se robustecia em espírito. E esteve nos desertos até ao dia em que havia de mostrar-se a Israel.
Capítulo 2.
1. E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto para que todo o mundo se alistasse
2. Este primeiro alistamento foi feito sendo Cirénio presidente da Síria.
3. E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade.
4. E subiu também José da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi chamada Belém porque era da casa e família de Davi,
5. A fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida.
6. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz.
7. E deu à luz a seu filho primogénito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.
8. Ora havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho.
9. E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor.
10. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo
11. Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
12. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura.
13. E, no mesmo instante apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo:
14. Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens.
15. E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos pois até Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos fez saber.
16. E foram apressadamente, e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura.
17. E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita;
18. E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam.
19. Mas Maria guardava todas estas coisas, conferindo-as em seu coração.
20. E voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito.
21. E, quando os oito dias foram cumpridos, para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido.
22. E, cumprindo-se os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor,
23. Segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo o macho primogénito será consagrado ao Senhor;
24. E para darem a oferta segundo o disposto na lei do Senhor: um par de rolas ou dois pombinhos.
25. Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.
26. E fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor.
27. E pelo Espírito foi ao templo, e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei,
28. Ele então o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse:
29. Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra,
30. Pois já os meus olhos viram a tua salvação,
31. A qual tu preparaste perante a face de todos os povos;
32. Luz para alumiar as nações, e para glória de teu povo Israel.
33. E José, e sua mãe, se maravilharam das coisas que dele se diziam.
34. E Simeão os abençoou, e disse a Maria, sua mãe: Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal que é contraditado;
35. E uma espada trespassará também a tua própria alma; para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.
36. E estava ali a profetiza Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade;
37. E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.
38. E sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus, e falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém.
39. E, quando acabaram de cumprir tudo segundo a lei do Senhor, voltaram à Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
40. E o menino crescia, e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.
41. Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à festa da páscoa;
42. E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa.
43. E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o souberam seus pais.
44. Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia, e procuravam-no entre os parentes e conhecidos;
45. E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele.
46. E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os.
47. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas.
48. E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, porque fizeste assim para connosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos.
49. E ele lhes disse: Porque é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?
50. E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia.
51. E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no seu coração todas estas coisas.
52. E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.
Capítulo 3.
2. Este primeiro alistamento foi feito sendo Cirénio presidente da Síria.
3. E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade.
4. E subiu também José da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi chamada Belém porque era da casa e família de Davi,
5. A fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida.
6. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz.
7. E deu à luz a seu filho primogénito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.
8. Ora havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho.
9. E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor.
10. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo
11. Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
12. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura.
13. E, no mesmo instante apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo:
14. Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens.
15. E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos pois até Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos fez saber.
16. E foram apressadamente, e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura.
17. E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita;
18. E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam.
19. Mas Maria guardava todas estas coisas, conferindo-as em seu coração.
20. E voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito.
21. E, quando os oito dias foram cumpridos, para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido.
22. E, cumprindo-se os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor,
23. Segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo o macho primogénito será consagrado ao Senhor;
24. E para darem a oferta segundo o disposto na lei do Senhor: um par de rolas ou dois pombinhos.
25. Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.
26. E fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor.
27. E pelo Espírito foi ao templo, e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei,
28. Ele então o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse:
29. Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra,
30. Pois já os meus olhos viram a tua salvação,
31. A qual tu preparaste perante a face de todos os povos;
32. Luz para alumiar as nações, e para glória de teu povo Israel.
33. E José, e sua mãe, se maravilharam das coisas que dele se diziam.
34. E Simeão os abençoou, e disse a Maria, sua mãe: Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal que é contraditado;
35. E uma espada trespassará também a tua própria alma; para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.
36. E estava ali a profetiza Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade;
37. E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.
38. E sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus, e falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém.
39. E, quando acabaram de cumprir tudo segundo a lei do Senhor, voltaram à Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
40. E o menino crescia, e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.
41. Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à festa da páscoa;
42. E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa.
43. E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o souberam seus pais.
44. Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia, e procuravam-no entre os parentes e conhecidos;
45. E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele.
46. E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os.
47. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas.
48. E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, porque fizeste assim para connosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos.
49. E ele lhes disse: Porque é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?
50. E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia.
51. E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no seu coração todas estas coisas.
52. E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.
Capítulo 3.
1. E no ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos presidente da Judeia, e Herodes tetrarca. da Galileia, e seu irmão Filipe tetrarca da Ituréia e da província de Traconites, e Lisanias tetrarca da Abilene;
2. Sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias.
3. E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o baptismo de arrependimento, para o perdão dos pecados;
4. Segundo o que está escrito no livro das palavras do profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas.
5. Todo o vale se encherá, e se abaixará todo o monte e outeiro; e o que é tortuoso se endireitará, e os caminhos escabrosos se aplanarão;
6. E toda a carne verá a salvação de Deus.
7. Dizia pois João à multidão que saía para ser baptizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir?
8. Produzi pois frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.
9. E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não dá bom fruto, corta-se e lança-se no fogo.
10. E a multidão o interrogava, dizendo: Que faremos pois?
11. E, respondendo ele, disse-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos faça da mesma maneira.
12. E chegaram também uns publicanos, para serem baptizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer?
13. E ele lhes disse: Não peçais mais do que o que vos está ordenado.
14. E uns soldados o interrogaram também dizendo: E nós que faremos? E ele lhes disse: A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo.
15. E, estando o povo em expectação, e pensando todos de João, em seus corações, se porventura seria o Cristo,
16. Respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, baptizo-vos com água, mas eis que vem aquele que é mais poderoso do que eu, a quem eu não sou digno de desatar a correia das alparcas; esse vos baptizará com o Espírito Santo e com fogo.
17. Ele tem a pá na sua mão; e limpará a sua eira, e ajuntará o trigo no seu celeiro, mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga.
18. E assim admoestando-os, muitas outras coisas também anunciava ao povo.
19. Sendo, porém, o tetrarca Herodes repreendido por ele por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe, e por todas as maldades que Herodes tinha feito,
20. Acrescentou a todas as outras ainda esta, a de encerrar João num cárcere.
21. E aconteceu que, como todo o povo se baptizava, sendo baptizado também Jesus, orando ele, o céu se abriu;
22. E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és o meu filho amado, em ti me tenho comprazido.
23. E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se cuidava) filho de José, e José de Eli,
24. E Eli de Matate, e Matate de Leví, e Leví de Melqui, e Melqui de Joana, e Joana de José,
25. E José de Matatias, e Matatias de Amós, e Amós de Naum, e Naum de Esli, e Esli de Nagai,
26. E Nagai de Maat, e Maat de Matatias, e Matatias de Semei, e Semei de Joseque, e Joseque de Jodá,
27. E Jodá de Joanã, e Joanã de Resa, e Resa de Zorobabel, e Zorobabel de Salatiel, e Salatiel de Neri,
28. E Neri de Melqui, e Melqui de Adi, e Adi de Cosão, e Cosão de Elmodã, e Elmodã de Er,
29. E Er de José, e José de Eliezer, e Eliezer de Jorim, e Jorim de Matate, e Matate de Levi,
30. E Levi de Simeão e Simeão de Judá, e Judá de José, e José de Jonã, e Jonã de Eliaquim,
31. E Eliaquim de Meleá, e Meleá de Mená, e Mená de Matatá, e Matatá de Natã, e Natã de Daví,
32. E Daví de Jessé, e Jessé de Obed, e Obed de Booz, e Booz de Salá, e Salá de Naassom,
33. E Naassom de Aminadab, e Aminadab de Admim, e Admim de Arni, e Arni de Esrom, e Esrom de Farés, e Farés de Judá,
34. E Judá de Jacó, e Jacó de Isaque, e Isaque de Abraão, e Abraão de Tará, e Tará de Naor,
35. E Naor de Seruque, e Seruque de Ragaú, e Ragaú de Faleque, e Faleque de Eber, e Eber de Salá,
36. E Salá de Cainã, e Cainã de Arfaxade, e Arfaxade de Sem, e Sem de Noé, e Noé de Lameque,
37. E Lameque de Matusalá, e Matusalá de Enoque, e Enoque de Jarede, e Jarede de Maleleel, e Maleleel de Cainã,
38. E Cainã de Enos, e Enos de Sete, e Sete de Adão, e Adão de Deus.
Capítulo 4.
2. Sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias.
3. E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o baptismo de arrependimento, para o perdão dos pecados;
4. Segundo o que está escrito no livro das palavras do profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas.
5. Todo o vale se encherá, e se abaixará todo o monte e outeiro; e o que é tortuoso se endireitará, e os caminhos escabrosos se aplanarão;
6. E toda a carne verá a salvação de Deus.
7. Dizia pois João à multidão que saía para ser baptizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir?
8. Produzi pois frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.
9. E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não dá bom fruto, corta-se e lança-se no fogo.
10. E a multidão o interrogava, dizendo: Que faremos pois?
11. E, respondendo ele, disse-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos faça da mesma maneira.
12. E chegaram também uns publicanos, para serem baptizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer?
13. E ele lhes disse: Não peçais mais do que o que vos está ordenado.
14. E uns soldados o interrogaram também dizendo: E nós que faremos? E ele lhes disse: A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo.
15. E, estando o povo em expectação, e pensando todos de João, em seus corações, se porventura seria o Cristo,
16. Respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, baptizo-vos com água, mas eis que vem aquele que é mais poderoso do que eu, a quem eu não sou digno de desatar a correia das alparcas; esse vos baptizará com o Espírito Santo e com fogo.
17. Ele tem a pá na sua mão; e limpará a sua eira, e ajuntará o trigo no seu celeiro, mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga.
18. E assim admoestando-os, muitas outras coisas também anunciava ao povo.
19. Sendo, porém, o tetrarca Herodes repreendido por ele por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe, e por todas as maldades que Herodes tinha feito,
20. Acrescentou a todas as outras ainda esta, a de encerrar João num cárcere.
21. E aconteceu que, como todo o povo se baptizava, sendo baptizado também Jesus, orando ele, o céu se abriu;
22. E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és o meu filho amado, em ti me tenho comprazido.
23. E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se cuidava) filho de José, e José de Eli,
24. E Eli de Matate, e Matate de Leví, e Leví de Melqui, e Melqui de Joana, e Joana de José,
25. E José de Matatias, e Matatias de Amós, e Amós de Naum, e Naum de Esli, e Esli de Nagai,
26. E Nagai de Maat, e Maat de Matatias, e Matatias de Semei, e Semei de Joseque, e Joseque de Jodá,
27. E Jodá de Joanã, e Joanã de Resa, e Resa de Zorobabel, e Zorobabel de Salatiel, e Salatiel de Neri,
28. E Neri de Melqui, e Melqui de Adi, e Adi de Cosão, e Cosão de Elmodã, e Elmodã de Er,
29. E Er de José, e José de Eliezer, e Eliezer de Jorim, e Jorim de Matate, e Matate de Levi,
30. E Levi de Simeão e Simeão de Judá, e Judá de José, e José de Jonã, e Jonã de Eliaquim,
31. E Eliaquim de Meleá, e Meleá de Mená, e Mená de Matatá, e Matatá de Natã, e Natã de Daví,
32. E Daví de Jessé, e Jessé de Obed, e Obed de Booz, e Booz de Salá, e Salá de Naassom,
33. E Naassom de Aminadab, e Aminadab de Admim, e Admim de Arni, e Arni de Esrom, e Esrom de Farés, e Farés de Judá,
34. E Judá de Jacó, e Jacó de Isaque, e Isaque de Abraão, e Abraão de Tará, e Tará de Naor,
35. E Naor de Seruque, e Seruque de Ragaú, e Ragaú de Faleque, e Faleque de Eber, e Eber de Salá,
36. E Salá de Cainã, e Cainã de Arfaxade, e Arfaxade de Sem, e Sem de Noé, e Noé de Lameque,
37. E Lameque de Matusalá, e Matusalá de Enoque, e Enoque de Jarede, e Jarede de Maleleel, e Maleleel de Cainã,
38. E Cainã de Enos, e Enos de Sete, e Sete de Adão, e Adão de Deus.
Capítulo 4.
1. E. Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto;
2. E quarenta dias foi tentado pelo diabo e naqueles dias não comeu coisa alguma; e, terminados eles, teve fome.
3. E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, diz a esta pedra que se transforme em pão.
4. E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escrito está que nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus.
5. E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo.
6. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero;
7. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
8. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás.
9. Levou-o também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo.
10. Porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem,
11. E que te sustenham nas mãos, para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.
12. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor teu Deus.
13. E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo.
14. Então, pela virtude do Espírito voltou Jesus para a Galileia, e a sua fama correu por todas as terras em derredor.
15. E ensinava nas suas sinagogas, e por todos era louvado.
16. E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler:
17. E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro achou o lugar em que estava escrito:
18. O Espírito Santo é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração,
19. A apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável do Senhor.
20. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.
21. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.
22. E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca; e diziam: Não é este o filho de José?
23. E ele lhes disse: Sem dúvida, me direis este provérbio - Médico, cura-te a ti mesmo; faz também aqui na tua pátria tudo o que ouvimos ter sido feito em Capernaum.
24. E disse: Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.
25. Em verdade, vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome;
26. E a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidon, a uma mulher viúva.
27. E muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro.
28. E todos, na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira.
29. E, levantando-se, o expulsaram da cidade, e o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem.
30. Ele, porém, passando pelo meio deles retirou-se.
31. E desceu a Capernaum, cidade da Galileia, e os ensinava nos sábados.
32. E admiravam a sua doutrina porque a sua palavra era com autoridade.
33. E estava na sinagoga um homem que tinha o espírito de um demónio imundo, e exclamou em alta voz,
34. Dizendo, Ah! Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste a destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.
35. E Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai dele. E o demónio, lançando-o por terra no meio do povo, saiu dele sem lhe fazer mal.
36. E veio espanto sobre todos, e falavam entre si uns e outros, dizendo: Que palavra é esta, que até aos espíritos imundos manda com autoridade e poder, e eles saem?
37. E a sua fama divulgava-se por todos os lugares, em redor daquela comarca.
38. Ora, levantando-se Jesus da sinagoga, entrou em casa de Simão; e a sogra de Simão estava enferma com muita febre, e rogaram-lhe por ela.
39. E, inclinando-se para ela, repreendeu a febre, e esta a deixou. E ela, levantando-se logo, servia-os,
40. E, ao pôr do sol, todos os que tinham enfermos de várias doenças lhos traziam; e, pondo as mãos sobre cada um deles, os curava:
41. E também de muitos saíam demónios clamando e dizendo: Tu és o Cristo, o Filho de Deus. E ele, repreendendo-os, não os deixava falar, pois sabiam que ele era o Cristo.
42. E, sendo já dia, saiu, e foi para um lugar deserto; e a multidão o procurava, e chegou junto dele; e o detinham, para que não se ausentasse deles.
43. Ele, porém, lhes disse: Também é necessário que eu anuncie a outras cidades o evangelho do reino de Deus; porque para isso fui enviado.
44. E pregava nas sinagogas da Galileia.
Capítulo 5.
2. E quarenta dias foi tentado pelo diabo e naqueles dias não comeu coisa alguma; e, terminados eles, teve fome.
3. E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, diz a esta pedra que se transforme em pão.
4. E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escrito está que nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus.
5. E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo.
6. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero;
7. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
8. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás.
9. Levou-o também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo.
10. Porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem,
11. E que te sustenham nas mãos, para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.
12. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor teu Deus.
13. E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo.
14. Então, pela virtude do Espírito voltou Jesus para a Galileia, e a sua fama correu por todas as terras em derredor.
15. E ensinava nas suas sinagogas, e por todos era louvado.
16. E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler:
17. E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro achou o lugar em que estava escrito:
18. O Espírito Santo é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração,
19. A apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável do Senhor.
20. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.
21. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.
22. E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca; e diziam: Não é este o filho de José?
23. E ele lhes disse: Sem dúvida, me direis este provérbio - Médico, cura-te a ti mesmo; faz também aqui na tua pátria tudo o que ouvimos ter sido feito em Capernaum.
24. E disse: Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.
25. Em verdade, vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome;
26. E a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidon, a uma mulher viúva.
27. E muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro.
28. E todos, na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira.
29. E, levantando-se, o expulsaram da cidade, e o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem.
30. Ele, porém, passando pelo meio deles retirou-se.
31. E desceu a Capernaum, cidade da Galileia, e os ensinava nos sábados.
32. E admiravam a sua doutrina porque a sua palavra era com autoridade.
33. E estava na sinagoga um homem que tinha o espírito de um demónio imundo, e exclamou em alta voz,
34. Dizendo, Ah! Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste a destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.
35. E Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai dele. E o demónio, lançando-o por terra no meio do povo, saiu dele sem lhe fazer mal.
36. E veio espanto sobre todos, e falavam entre si uns e outros, dizendo: Que palavra é esta, que até aos espíritos imundos manda com autoridade e poder, e eles saem?
37. E a sua fama divulgava-se por todos os lugares, em redor daquela comarca.
38. Ora, levantando-se Jesus da sinagoga, entrou em casa de Simão; e a sogra de Simão estava enferma com muita febre, e rogaram-lhe por ela.
39. E, inclinando-se para ela, repreendeu a febre, e esta a deixou. E ela, levantando-se logo, servia-os,
40. E, ao pôr do sol, todos os que tinham enfermos de várias doenças lhos traziam; e, pondo as mãos sobre cada um deles, os curava:
41. E também de muitos saíam demónios clamando e dizendo: Tu és o Cristo, o Filho de Deus. E ele, repreendendo-os, não os deixava falar, pois sabiam que ele era o Cristo.
42. E, sendo já dia, saiu, e foi para um lugar deserto; e a multidão o procurava, e chegou junto dele; e o detinham, para que não se ausentasse deles.
43. Ele, porém, lhes disse: Também é necessário que eu anuncie a outras cidades o evangelho do reino de Deus; porque para isso fui enviado.
44. E pregava nas sinagogas da Galileia.
Capítulo 5.
1. E aconteceu que, apertando-o a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genezaré;
2. E viu estar dois barcos junto à praia do lago; e os pescadores, havendo descido deles, estavam lavando as redes.
3. E, entrando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco de terra; e, assentando-se, ensinava do barco a multidão.
4. E, quando acabou de falar, disse a Simão: Faz-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar.
5. E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhámos; mas, sobre a tua palavra, lançarei a rede.
6. E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede.
7. E fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram, e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique.
8. E, vendo isto Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, que sou um homem pecador.
9. Pois que o espanto se apoderara dele, e de todos os que com ele estavam, por causa da pesca de peixe que haviam feito;
10. E, de igual modo, também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão: Não temas: de agora em diante serás pescador de homens.
11. E, levando os barcos para terra, deixaram tudo, e o seguiram.
12. E aconteceu que, quando estava numa daquelas cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me.
13. E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo; Quero, sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele.
14. E ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas vai, disse, mostra-te ao sacerdote, e oferece, pela tua purificação, o que Moisés determinou, para que lhes sirva de testemunho.
15. Porém a sua fama se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e para ser por ele curada das suas enfermidades.
16. Porém ele retirava-se para os desertos; e ali orava.
17. E aconteceu que, num daqueles dias, estava ensinando, e estavam ali assentados fariseus e doutores da lei, que tinham vindo de todas as aldeias da Galileia, e da Judeia, e de Jerusalém. E a virtude do Senhor estava com ele para curar.
18. E eis que uns homens transportaram numa cama um homem que estava paralítico, e procuravam fazê-lo entrar e pô-lo diante dele;
19. E, não achando por onde o pudessem levar, por causa da multidão, subiram ao telhado, e por entre as telhas o baixaram com a cama, até ao meio, diante de Jesus.
20. E, vendo ele a fé deles, disse-lhe: Homem, os teus pecados te são perdoados.
21. E os escribas e os fariseus começaram a arrazoar, dizendo: Quem é este que diz blasfémias? Quem pode perdoar pecados, senão só Deus?
22. Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, respondeu, e disse-lhes: Que arrazoais em vossos corações?
23. Qual é mais fácil? Dizer: Os teus pecados te são perdoados; ou dizer: levanta-te, e anda?
24. Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta-te, toma a tua cama e vai para tua casa.
25. E, levantando-se logo diante deles, e tomando a cama em que estava deitado, foi para sua casa, glorificando a Deus.
26. E todos ficaram maravilhados, e glorificaram a Deus; e ficaram cheios de temor, dizendo: Hoje vimos prodígios.
27. E, depois disto, saiu, e viu um publicano chamado Levi, assentado na recebedoria, e disse-lhe: Segue-me.
28. E ele, deixando tudo, levantou-se e o seguiu.
29. E fez-lhe Levi um grande banquete em sua casa; e havia ali uma multidão de publicanos e outros que estavam com eles à mesa.
30. E os escribas deles, e os fariseus, murmuravam contra os seus discípulos, dizendo: Porque comeis e bebeis com publicanos e pecadores?
31. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam médico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos;
32. Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento.
33. Disseram-lhe então eles: Porque jejuam os discípulos de João muitas vezes, e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os teus comem e bebem?
34. E ele lhes disse: Podeis vós fazer jejuar os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles?
35. Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então, naqueles dias, jejuarão.
36. E disse-lhes também uma parábola: Ninguém tira um pedaço dum vestido novo para o coser em vestido velho, pois que romperá o novo e o remendo não condiz com o velho.
37. E ninguém deita vinho novo em odres velhos; doutra sorte o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão;
38. Mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se conservarão.
39. E ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho.
Capítulo 6.
2. E viu estar dois barcos junto à praia do lago; e os pescadores, havendo descido deles, estavam lavando as redes.
3. E, entrando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco de terra; e, assentando-se, ensinava do barco a multidão.
4. E, quando acabou de falar, disse a Simão: Faz-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar.
5. E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhámos; mas, sobre a tua palavra, lançarei a rede.
6. E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede.
7. E fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram, e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique.
8. E, vendo isto Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, que sou um homem pecador.
9. Pois que o espanto se apoderara dele, e de todos os que com ele estavam, por causa da pesca de peixe que haviam feito;
10. E, de igual modo, também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão: Não temas: de agora em diante serás pescador de homens.
11. E, levando os barcos para terra, deixaram tudo, e o seguiram.
12. E aconteceu que, quando estava numa daquelas cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me.
13. E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo; Quero, sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele.
14. E ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas vai, disse, mostra-te ao sacerdote, e oferece, pela tua purificação, o que Moisés determinou, para que lhes sirva de testemunho.
15. Porém a sua fama se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e para ser por ele curada das suas enfermidades.
16. Porém ele retirava-se para os desertos; e ali orava.
17. E aconteceu que, num daqueles dias, estava ensinando, e estavam ali assentados fariseus e doutores da lei, que tinham vindo de todas as aldeias da Galileia, e da Judeia, e de Jerusalém. E a virtude do Senhor estava com ele para curar.
18. E eis que uns homens transportaram numa cama um homem que estava paralítico, e procuravam fazê-lo entrar e pô-lo diante dele;
19. E, não achando por onde o pudessem levar, por causa da multidão, subiram ao telhado, e por entre as telhas o baixaram com a cama, até ao meio, diante de Jesus.
20. E, vendo ele a fé deles, disse-lhe: Homem, os teus pecados te são perdoados.
21. E os escribas e os fariseus começaram a arrazoar, dizendo: Quem é este que diz blasfémias? Quem pode perdoar pecados, senão só Deus?
22. Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, respondeu, e disse-lhes: Que arrazoais em vossos corações?
23. Qual é mais fácil? Dizer: Os teus pecados te são perdoados; ou dizer: levanta-te, e anda?
24. Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta-te, toma a tua cama e vai para tua casa.
25. E, levantando-se logo diante deles, e tomando a cama em que estava deitado, foi para sua casa, glorificando a Deus.
26. E todos ficaram maravilhados, e glorificaram a Deus; e ficaram cheios de temor, dizendo: Hoje vimos prodígios.
27. E, depois disto, saiu, e viu um publicano chamado Levi, assentado na recebedoria, e disse-lhe: Segue-me.
28. E ele, deixando tudo, levantou-se e o seguiu.
29. E fez-lhe Levi um grande banquete em sua casa; e havia ali uma multidão de publicanos e outros que estavam com eles à mesa.
30. E os escribas deles, e os fariseus, murmuravam contra os seus discípulos, dizendo: Porque comeis e bebeis com publicanos e pecadores?
31. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam médico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos;
32. Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento.
33. Disseram-lhe então eles: Porque jejuam os discípulos de João muitas vezes, e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os teus comem e bebem?
34. E ele lhes disse: Podeis vós fazer jejuar os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles?
35. Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então, naqueles dias, jejuarão.
36. E disse-lhes também uma parábola: Ninguém tira um pedaço dum vestido novo para o coser em vestido velho, pois que romperá o novo e o remendo não condiz com o velho.
37. E ninguém deita vinho novo em odres velhos; doutra sorte o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão;
38. Mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se conservarão.
39. E ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho.
Capítulo 6.
1. E aconteceu que, no sábado segundo-primeiro, passou pelas searas, e os seus discípulos iam arrancando espigas, e, esfregando-as com as mãos, as comiam.
2. E alguns dos fariseus lhe disseram: Porque fazeis o que não é lícito fazer nos sábados?
3. E Jesus, respondendo-lhes, disse: nunca lestes o que fez Davi quando teve fome, ele e os que com ele estavam?
4. Como entrou na casa de Deus, e tomou os pães da proposição, e os comeu, e deu também aos que estavam com ele, os quais não é lícito comer senão só aos sacerdotes?
5. E dizia-lhes: O Filho do homem é Senhor até do sábado.
6. E aconteceu também noutro sábado que entrou na sinagoga, e estava ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada.
7. E os escribas e fariseus atentavam nele, se o curaria no sábado, para acharem de que o acusar.
8. Mas ele bem conhecia os seus pensamentos, e disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te, e fica em pé no meio. E, levantando-se ele, ficou em pé.
9. Então Jesus lhe disse: Uma coisa vos hei-de perguntar. É lícito nos sábados fazer bem, ou fazer mal? Salvar a vida, ou matar?
10. E, olhando para todos em redor, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra.
11. E ficaram cheios de furor, e uns com os outros conferenciavam sobre o que fariam a Jesus.
12. E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus.
13. E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos
14. Simão, ao qual também chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu;
15. E Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o zelador;
16. E Judas, filho de Tiago; e Judas Iscariotes, que foi o traidor.
17. E, descendo com eles, parou num lugar plano, e também um grande número de seus discípulos, e grande multidão de povo de toda a Judeia, e de Jerusalém, e da costa marítima de Tiro e de Sidon;
18. Os quais tinham vindo para o ouvir, e serem curados das suas enfermidades, como também os atormentados dos espíritos imundos; e eram curados.
19. E toda a multidão procurava tocar-lhe; porque saía dele virtude, e curava a todos.
20. E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.
21. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir.
22. Bem-aventurados sereis quando os homens vos aborrecerem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem.
23. Folgai nesse dia, exultai; porque, eis que é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas.
24. Mas ai de vós, ricos! Porque já tendes a vossa consolação.
25. Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis.
26. Ai de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas.
27. Mas a vós, que ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem;
28. Bem-dizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam.
29. Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses;
30. E dá a qualquer que te pedir; e, ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir.
31. E, como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós também.
32. E, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam.
33. E, se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo.
34. E, se emprestardes àquele de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto.
35. Amai pois a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo porque Ele é benigno até para com os ingratos e maus.
36. Sede pois misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.
37. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão.
38. Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.
39. E dizia-lhes uma parábola: Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova?
40. O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre.
41. E porque atentas tu no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?
42. Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão.
43. Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto.
44. Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos.
45. O homem bom do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.
46. E porque me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?
47. Qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante,
48. É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente, naquela casa, e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre rocha.
49. Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa.
2. E alguns dos fariseus lhe disseram: Porque fazeis o que não é lícito fazer nos sábados?
3. E Jesus, respondendo-lhes, disse: nunca lestes o que fez Davi quando teve fome, ele e os que com ele estavam?
4. Como entrou na casa de Deus, e tomou os pães da proposição, e os comeu, e deu também aos que estavam com ele, os quais não é lícito comer senão só aos sacerdotes?
5. E dizia-lhes: O Filho do homem é Senhor até do sábado.
6. E aconteceu também noutro sábado que entrou na sinagoga, e estava ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada.
7. E os escribas e fariseus atentavam nele, se o curaria no sábado, para acharem de que o acusar.
8. Mas ele bem conhecia os seus pensamentos, e disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te, e fica em pé no meio. E, levantando-se ele, ficou em pé.
9. Então Jesus lhe disse: Uma coisa vos hei-de perguntar. É lícito nos sábados fazer bem, ou fazer mal? Salvar a vida, ou matar?
10. E, olhando para todos em redor, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra.
11. E ficaram cheios de furor, e uns com os outros conferenciavam sobre o que fariam a Jesus.
12. E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus.
13. E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos
14. Simão, ao qual também chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu;
15. E Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o zelador;
16. E Judas, filho de Tiago; e Judas Iscariotes, que foi o traidor.
17. E, descendo com eles, parou num lugar plano, e também um grande número de seus discípulos, e grande multidão de povo de toda a Judeia, e de Jerusalém, e da costa marítima de Tiro e de Sidon;
18. Os quais tinham vindo para o ouvir, e serem curados das suas enfermidades, como também os atormentados dos espíritos imundos; e eram curados.
19. E toda a multidão procurava tocar-lhe; porque saía dele virtude, e curava a todos.
20. E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.
21. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir.
22. Bem-aventurados sereis quando os homens vos aborrecerem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem.
23. Folgai nesse dia, exultai; porque, eis que é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas.
24. Mas ai de vós, ricos! Porque já tendes a vossa consolação.
25. Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis.
26. Ai de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas.
27. Mas a vós, que ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem;
28. Bem-dizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam.
29. Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses;
30. E dá a qualquer que te pedir; e, ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir.
31. E, como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós também.
32. E, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam.
33. E, se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo.
34. E, se emprestardes àquele de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto.
35. Amai pois a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo porque Ele é benigno até para com os ingratos e maus.
36. Sede pois misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.
37. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão.
38. Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.
39. E dizia-lhes uma parábola: Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova?
40. O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre.
41. E porque atentas tu no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?
42. Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão.
43. Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto.
44. Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos.
45. O homem bom do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.
46. E porque me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?
47. Qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante,
48. É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente, naquela casa, e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre rocha.
49. Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa.
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