1. Então, fugiu Davi de Naiote, em Ramá, e veio, e disse perante Jónatas: Que fiz eu? Qual é o meu crime? E qual é o meu pecado diante de teu pai, que procura tirar-me a vida?
2. E ele lhe disse: Tal não seja; não morrerás. Eis que meu pai não faz coisa nenhuma grande, nem pequena, sem primeiro me dar parte; por que, pois, meu pai me encobriria este negócio? Não é assim.
3. Então, Davi tornou a jurar e disse: Mui bem sabe teu pai que achei graça a teus olhos; pelo que disse: Não saiba isso Jónatas, para que se não magoe; e, na verdade, vive o Senhor, e vive a tua alma, que apenas há um passo entre mim e a morte.
4. E disse Jónatas a Davi: O que disser a tua alma eu te farei.
5. Disse Davi a Jónatas: Eis que amanhã é a lua nova, em que costumo assentar-me com o rei para comer; deixa-me tu ir, porém, e esconder-me-ei no campo, até à terceira tarde.
6. Se teu pai notar a minha ausência, dirás: Davi me pediu muito que o deixasse ir correndo a Belém, sua cidade; porquanto se faz lá o sacrifício anual para toda a linhagem.
7. Se disser assim: Está bem! Então, teu servo tem paz. Porém, se muito se indignar, sabe que já está inteiramente determinado no mal.
8. Usa, pois, de misericórdia com o teu servo, porque fizeste a teu servo entrar contigo em aliança do Senhor; se, porém, há em mim crime, mata-me tu mesmo; por que me levarias a teu pai?
9. Então, disse Jónatas: Longe de ti tal coisa; porém, se dalguma maneira soubesse que já este mal está inteiramente determinado por meu pai, para que viesse sobre ti, não to descobriria eu?
10. E disse Davi a Jónatas: Quem tal me fará saber, se, por acaso, teu pai te responder asperamente?
11. Então, disse Jónatas a Davi: Vem, e saiamos ao campo. E saíram ambos ao campo.
12. E disse Jónatas a Davi: O Senhor, Deus de Israel, seja testemunha. Sondando eu a meu pai amanhã a estas horas ou depois de amanhã, e eis que houver coisa favorável para Davi, e eu, então, não enviar a ti e não to fizer saber,
13. O Senhor faça assim com Jónatas outro tanto; mas, se aprouver a meu pai fazer-te mal, também to farei saber e te deixarei partir, e irás em paz; e o Senhor seja contigo, assim como foi com meu pai.
14. E, se eu, então, ainda viver, porventura, não usarás comigo da beneficência do Senhor, para que não morra?
15. Nem tampouco cortarás da minha casa a tua beneficência eternamente; nem ainda quando o Senhor desarraigar da terra a cada um dos inimigos de Davi.
16. Assim, fez Jónatas aliança com a casa de Davi, dizendo: O Senhor o requeira da mão dos inimigos de Davi.
17. E Jónatas fez jurar a Davi de novo, porquanto o amava; porque o amava com todo o amor da sua alma.
18. E disse-lhe Jónatas: Amanhã é a lua nova, e não te acharão no teu lugar, pois o teu assento se achará vazio.
19. E, ausentando-te tu três dias, desce apressadamente e vai àquele lugar onde te escondeste no dia do negócio; e fica-te junto à pedra de Ezel.
20. E eu atirarei três flechas para aquela banda, como se atirara ao alvo.
21. E eis que mandarei o moço, dizendo: Anda, busca as flechas; se eu expressamente disser ao moço: Olha que as flechas estão para cá de ti, toma-o contigo; vem, porque há paz para ti, e não há nada, vive o Senhor.
22. Porém, se disser ao moço assim: Olha que as flechas estão para lá de ti. Vai-te embora, porque o Senhor te deixa ir.
23. E, quanto ao negócio de que eu e tu falamos, eis que o Senhor está entre mim e ti, eternamente.
24. Escondeu-se, pois, Davi no campo; e, sendo a lua nova, assentou-se o rei para comer pão.
25. E, assentando-se o rei no seu assento, como as outras vezes, no lugar junto à parede, Jónatas se levantou, e assentou-se Abner ao lado de Saul; e o lugar de Davi apareceu vazio.
26. Porém, naquele dia, não disse Saul nada, porque dizia: Aconteceu-lhe alguma coisa, pela qual não está limpo; certamente, não está limpo.
27. Sucedeu também ao outro dia, o segundo da lua nova, que o lugar de Davi apareceu vazio; disse, pois, Saul a Jónatas, seu filho: Por que não veio o filho de Jessé, nem ontem nem hoje, a comer pão?
28. E respondeu Jónatas a Saul: Davi me pediu encarecidamente que o deixasse ir a Belém,
29. Dizendo: Peço-te que me deixes ir, porquanto a nossa linhagem tem um sacrifício na cidade, e meu irmão mesmo me mandou ir. Se, pois, agora tenho achado graça a teus olhos, peço-te que me deixes partir, para que veja meus irmãos. Por isso, não veio à mesa do rei.
30. Então, se acendeu a ira de Saul contra Jónatas, e disse-lhe: Filho da perversa em rebeldia; não sei eu que tens elegido o filho de Jessé, para vergonha tua e para vergonha da nudez de tua mãe?
31. Porque todos os dias que o filho de Jessé viver sobre a terra nem tu serás firme, nem o teu reino; pelo que envia e traze-mo nesta hora, porque é digno de morte.
32. Então, respondeu Jónatas a Saul, seu pai, e lhe disse: Por que há de ele morrer? Que tem feito?
33. Então, Saul atirou-lhe com a lança, para o ferir; assim, entendeu Jónatas que já seu pai tinha determinado matar a Davi.
34. Pelo que Jónatas, todo encolerizado, se levantou da mesa e, no segundo dia da lua nova, não comeu pão; porque se magoava por causa de Davi, pois seu pai o tinha maltratado.
35. E aconteceu, pela manhã, que Jónatas saiu ao campo, ao tempo que tinha ajustado com Davi, e um moço pequeno com ele.
36. Então, disse ao seu moço: Corre a buscar as flechas que eu atirar. Correu, pois, o moço, e ele atirou uma flecha, que fez passar além dele.
37. E, chegando o moço ao lugar da flecha que Jónatas tinha atirado, gritou Jónatas atrás do moço e disse: Não está, porventura, a flecha mais para lá de ti?
38. E tornou Jónatas a gritar atrás do moço: Apressa-te, avia-te, não te demores. E o moço de Jónatas apanhou as flechas e veio a seu senhor.
39. E o moço não entendeu coisa alguma; só Jónatas e Davi sabiam deste negócio.
40. Então, Jónatas deu as suas armas ao moço que trazia e disse-lhe: Anda e leva-as à cidade.
41. E, indo-se o moço, levantou-se Davi da banda do sul, e lançou-se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se três vezes; e beijaram-se um ao outro e choraram juntos, até que Davi chorou muito mais.
42. E disse Jónatas a Davi: Vai-te em paz, porque nós temos jurado ambos em nome do Senhor, dizendo: O Senhor seja perpétuamente entre mim e ti e entre minha semente e a tua semente.
43. Então, se levantou Davi e se foi; e Jónatas entrou na cidade.
Capítulo 21.
2. E ele lhe disse: Tal não seja; não morrerás. Eis que meu pai não faz coisa nenhuma grande, nem pequena, sem primeiro me dar parte; por que, pois, meu pai me encobriria este negócio? Não é assim.
3. Então, Davi tornou a jurar e disse: Mui bem sabe teu pai que achei graça a teus olhos; pelo que disse: Não saiba isso Jónatas, para que se não magoe; e, na verdade, vive o Senhor, e vive a tua alma, que apenas há um passo entre mim e a morte.
4. E disse Jónatas a Davi: O que disser a tua alma eu te farei.
5. Disse Davi a Jónatas: Eis que amanhã é a lua nova, em que costumo assentar-me com o rei para comer; deixa-me tu ir, porém, e esconder-me-ei no campo, até à terceira tarde.
6. Se teu pai notar a minha ausência, dirás: Davi me pediu muito que o deixasse ir correndo a Belém, sua cidade; porquanto se faz lá o sacrifício anual para toda a linhagem.
7. Se disser assim: Está bem! Então, teu servo tem paz. Porém, se muito se indignar, sabe que já está inteiramente determinado no mal.
8. Usa, pois, de misericórdia com o teu servo, porque fizeste a teu servo entrar contigo em aliança do Senhor; se, porém, há em mim crime, mata-me tu mesmo; por que me levarias a teu pai?
9. Então, disse Jónatas: Longe de ti tal coisa; porém, se dalguma maneira soubesse que já este mal está inteiramente determinado por meu pai, para que viesse sobre ti, não to descobriria eu?
10. E disse Davi a Jónatas: Quem tal me fará saber, se, por acaso, teu pai te responder asperamente?
11. Então, disse Jónatas a Davi: Vem, e saiamos ao campo. E saíram ambos ao campo.
12. E disse Jónatas a Davi: O Senhor, Deus de Israel, seja testemunha. Sondando eu a meu pai amanhã a estas horas ou depois de amanhã, e eis que houver coisa favorável para Davi, e eu, então, não enviar a ti e não to fizer saber,
13. O Senhor faça assim com Jónatas outro tanto; mas, se aprouver a meu pai fazer-te mal, também to farei saber e te deixarei partir, e irás em paz; e o Senhor seja contigo, assim como foi com meu pai.
14. E, se eu, então, ainda viver, porventura, não usarás comigo da beneficência do Senhor, para que não morra?
15. Nem tampouco cortarás da minha casa a tua beneficência eternamente; nem ainda quando o Senhor desarraigar da terra a cada um dos inimigos de Davi.
16. Assim, fez Jónatas aliança com a casa de Davi, dizendo: O Senhor o requeira da mão dos inimigos de Davi.
17. E Jónatas fez jurar a Davi de novo, porquanto o amava; porque o amava com todo o amor da sua alma.
18. E disse-lhe Jónatas: Amanhã é a lua nova, e não te acharão no teu lugar, pois o teu assento se achará vazio.
19. E, ausentando-te tu três dias, desce apressadamente e vai àquele lugar onde te escondeste no dia do negócio; e fica-te junto à pedra de Ezel.
20. E eu atirarei três flechas para aquela banda, como se atirara ao alvo.
21. E eis que mandarei o moço, dizendo: Anda, busca as flechas; se eu expressamente disser ao moço: Olha que as flechas estão para cá de ti, toma-o contigo; vem, porque há paz para ti, e não há nada, vive o Senhor.
22. Porém, se disser ao moço assim: Olha que as flechas estão para lá de ti. Vai-te embora, porque o Senhor te deixa ir.
23. E, quanto ao negócio de que eu e tu falamos, eis que o Senhor está entre mim e ti, eternamente.
24. Escondeu-se, pois, Davi no campo; e, sendo a lua nova, assentou-se o rei para comer pão.
25. E, assentando-se o rei no seu assento, como as outras vezes, no lugar junto à parede, Jónatas se levantou, e assentou-se Abner ao lado de Saul; e o lugar de Davi apareceu vazio.
26. Porém, naquele dia, não disse Saul nada, porque dizia: Aconteceu-lhe alguma coisa, pela qual não está limpo; certamente, não está limpo.
27. Sucedeu também ao outro dia, o segundo da lua nova, que o lugar de Davi apareceu vazio; disse, pois, Saul a Jónatas, seu filho: Por que não veio o filho de Jessé, nem ontem nem hoje, a comer pão?
28. E respondeu Jónatas a Saul: Davi me pediu encarecidamente que o deixasse ir a Belém,
29. Dizendo: Peço-te que me deixes ir, porquanto a nossa linhagem tem um sacrifício na cidade, e meu irmão mesmo me mandou ir. Se, pois, agora tenho achado graça a teus olhos, peço-te que me deixes partir, para que veja meus irmãos. Por isso, não veio à mesa do rei.
30. Então, se acendeu a ira de Saul contra Jónatas, e disse-lhe: Filho da perversa em rebeldia; não sei eu que tens elegido o filho de Jessé, para vergonha tua e para vergonha da nudez de tua mãe?
31. Porque todos os dias que o filho de Jessé viver sobre a terra nem tu serás firme, nem o teu reino; pelo que envia e traze-mo nesta hora, porque é digno de morte.
32. Então, respondeu Jónatas a Saul, seu pai, e lhe disse: Por que há de ele morrer? Que tem feito?
33. Então, Saul atirou-lhe com a lança, para o ferir; assim, entendeu Jónatas que já seu pai tinha determinado matar a Davi.
34. Pelo que Jónatas, todo encolerizado, se levantou da mesa e, no segundo dia da lua nova, não comeu pão; porque se magoava por causa de Davi, pois seu pai o tinha maltratado.
35. E aconteceu, pela manhã, que Jónatas saiu ao campo, ao tempo que tinha ajustado com Davi, e um moço pequeno com ele.
36. Então, disse ao seu moço: Corre a buscar as flechas que eu atirar. Correu, pois, o moço, e ele atirou uma flecha, que fez passar além dele.
37. E, chegando o moço ao lugar da flecha que Jónatas tinha atirado, gritou Jónatas atrás do moço e disse: Não está, porventura, a flecha mais para lá de ti?
38. E tornou Jónatas a gritar atrás do moço: Apressa-te, avia-te, não te demores. E o moço de Jónatas apanhou as flechas e veio a seu senhor.
39. E o moço não entendeu coisa alguma; só Jónatas e Davi sabiam deste negócio.
40. Então, Jónatas deu as suas armas ao moço que trazia e disse-lhe: Anda e leva-as à cidade.
41. E, indo-se o moço, levantou-se Davi da banda do sul, e lançou-se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se três vezes; e beijaram-se um ao outro e choraram juntos, até que Davi chorou muito mais.
42. E disse Jónatas a Davi: Vai-te em paz, porque nós temos jurado ambos em nome do Senhor, dizendo: O Senhor seja perpétuamente entre mim e ti e entre minha semente e a tua semente.
43. Então, se levantou Davi e se foi; e Jónatas entrou na cidade.
Capítulo 21.
1. Então, veio Davi a Nobe, ao sacerdote Aimeleque; e Aimeleque, tremendo, saiu ao encontro de Davi e disse-lhe: Por que vens só, e ninguém, contigo?
2. E disse Davi ao sacerdote Aimeleque: O rei me encomendou um negócio e me disse: Ninguém saiba deste negócio pelo qual eu te enviei e o qual te ordenei; quanto aos jovens, apontei-lhes tal e tal lugar.
3. Agora, pois, que tens à mão? Dá-me cinco pães na minha mão ou o que se achar.
4. E, respondendo o sacerdote a Davi, disse: Não tenho pão comum à mão; há, porém, pão sagrado, se ao menos os jovens se abstiveram das mulheres.
5. E respondeu Davi ao sacerdote e lhe disse: Sim, em boa fé, as mulheres se nos vedaram desde ontem; e, anteontem, quando eu saí, o corpo dos jovens também era santo; e em alguma maneira é pão comum, quanto mais que hoje se santificará outro no corpo!
6. Então, o sacerdote lhe deu o pão sagrado, porquanto não havia ali outro pão, senão os pães da proposição, que se tiraram de diante do Senhor, para se pôr ali pão quente, no dia em que aquele se tirasse.
7. Estava, porém, ali, naquele dia, um dos criados de Saul, detido perante o Senhor; e era seu nome Doegue, edomita, o mais poderoso dos pastores de Saul.
8. E disse Davi a Aimeleque: Não tens aqui à mão lança ou espada alguma? Porque não trouxe à mão nem a minha espada nem as minhas armas, porque o negócio do rei era apressado.
9. E disse o sacerdote: A espada de Golias, o filisteu, a quem tu feriste no vale do Carvalho, eis que ela aqui está, envolta num pano detrás do éfode; se tu a queres tomar, toma-a, porque nenhuma outra há aqui, senão aquela. E disse Davi: Não há outra semelhante; dá-ma.
10. E Davi levantou-se, e fugiu, aquele dia, de diante de Saul, e veio a Aquis, rei de Gate.
11. Porém os criados de Aquis lhe disseram: Não é este Davi, o rei da terra? Não se cantava deste nas danças, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares?
12. E Davi considerou essas palavras no seu ânimo e temeu muito diante de Aquis, rei de Gate.
13. Pelo que se contrafez diante dos olhos deles, e fez-se como doido entre as suas mãos, e esgravatava nas portas do portal, e deixava correr saliva pela barba.
14. Então, disse Aquis aos seus criados: Eis que bem vedes que este homem está louco; por que mo trouxestes a mim?
15. Faltam-me a mim doidos, para que trouxésseis este que fizesse doidices diante de mim? Há de este entrar na minha casa?
Capítulo 22.
2. E disse Davi ao sacerdote Aimeleque: O rei me encomendou um negócio e me disse: Ninguém saiba deste negócio pelo qual eu te enviei e o qual te ordenei; quanto aos jovens, apontei-lhes tal e tal lugar.
3. Agora, pois, que tens à mão? Dá-me cinco pães na minha mão ou o que se achar.
4. E, respondendo o sacerdote a Davi, disse: Não tenho pão comum à mão; há, porém, pão sagrado, se ao menos os jovens se abstiveram das mulheres.
5. E respondeu Davi ao sacerdote e lhe disse: Sim, em boa fé, as mulheres se nos vedaram desde ontem; e, anteontem, quando eu saí, o corpo dos jovens também era santo; e em alguma maneira é pão comum, quanto mais que hoje se santificará outro no corpo!
6. Então, o sacerdote lhe deu o pão sagrado, porquanto não havia ali outro pão, senão os pães da proposição, que se tiraram de diante do Senhor, para se pôr ali pão quente, no dia em que aquele se tirasse.
7. Estava, porém, ali, naquele dia, um dos criados de Saul, detido perante o Senhor; e era seu nome Doegue, edomita, o mais poderoso dos pastores de Saul.
8. E disse Davi a Aimeleque: Não tens aqui à mão lança ou espada alguma? Porque não trouxe à mão nem a minha espada nem as minhas armas, porque o negócio do rei era apressado.
9. E disse o sacerdote: A espada de Golias, o filisteu, a quem tu feriste no vale do Carvalho, eis que ela aqui está, envolta num pano detrás do éfode; se tu a queres tomar, toma-a, porque nenhuma outra há aqui, senão aquela. E disse Davi: Não há outra semelhante; dá-ma.
10. E Davi levantou-se, e fugiu, aquele dia, de diante de Saul, e veio a Aquis, rei de Gate.
11. Porém os criados de Aquis lhe disseram: Não é este Davi, o rei da terra? Não se cantava deste nas danças, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares?
12. E Davi considerou essas palavras no seu ânimo e temeu muito diante de Aquis, rei de Gate.
13. Pelo que se contrafez diante dos olhos deles, e fez-se como doido entre as suas mãos, e esgravatava nas portas do portal, e deixava correr saliva pela barba.
14. Então, disse Aquis aos seus criados: Eis que bem vedes que este homem está louco; por que mo trouxestes a mim?
15. Faltam-me a mim doidos, para que trouxésseis este que fizesse doidices diante de mim? Há de este entrar na minha casa?
Capítulo 22.
1. Então, Davi se retirou dali e se escapou para a caverna de Adulão; e ouviram-no seus irmãos e toda a casa de seu pai e desceram ali para ele.
2. E ajuntou-se a ele todo homem que se achava em aperto, e todo homem endividado, e todo homem de espírito desgostoso, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens.
3. E foi-se Davi dali a Mispa dos moabitas e disse ao rei dos moabitas: Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que saiba o que Deus há de fazer de mim.
4. E trouxe-os perante o rei dos moabitas, e ficaram com ele todos os dias que Davi esteve no lugar forte.
5. Porém o profeta Gade disse a Davi: Não fiques naquele lugar forte; vai e entra na terra de Judá. Então, Davi foi e veio para o bosque de Herete.
6. E ouviu Saul que já se sabia de Davi e dos homens que estavam com ele: e estava Saul em Gibeá, debaixo de um arvoredo, em Ramá, e tinha na mão a sua lança, e todos os seus criados estavam com ele.
7. Então, disse Saul a todos os seus criados que estavam com ele: Ouvi, peço-vos, filhos de Benjamim, dar-vos-á também o filho de Jessé, a todos vós, terras e vinhas, e far-vos-á a todos chefes de milhares e chefes de centenas,
8. Para que todos vós tenhais conspirado contra mim? E ninguém há que me dê aviso de que meu filho tem feito aliança com o filho de Jessé; e nenhum dentre vós há que se doa de mim e mo participe, pois meu filho tem contra mim sublevado a meu servo, para me armar ciladas, como se vê neste dia.
9. Então, respondeu Doegue, o edomita, que também estava com os criados de Saul, e disse: Ao filho de Jessé vi vir a Nobe, a Aimeleque, filho de Aitube,
10. O qual consultou por ele o Senhor, e lhe deu mantimento, e lhe deu também a espada de Golias, o filisteu.
11. Então, o rei mandou chamar a Aimeleque, sacerdote, filho de Aitube, e a toda a casa de seu pai, e aos sacerdotes que estavam em Nobe; e todos eles vieram ao rei.
12. E disse Saul: Ouve, peço-te, filho de Aitube. E ele disse: Eis-me aqui, senhor meu.
13. Então, lhe disse Saul: Por que conspirastes contra mim, tu e o filho de Jessé? Pois deste-lhe pão e espada e consultaste por ele a Deus, para que se levantasse contra mim a armar-me ciladas, como se vê neste dia?
14. E respondeu Aimeleque ao rei e disse: E quem, entre todos os teus criados, há tão fiel como Davi, o genro do rei, pronto na sua obediência e honrado na tua casa?
15. Comecei, porventura, hoje a consultar por ele a Deus? Longe de mim tal! Não impute o rei coisa nenhuma a seu servo, nem a toda a casa de meu pai, pois o teu servo não soube nada de tudo isso, nem muito nem pouco.
16. Porém o rei disse: Aimeleque, morrerás certamente, tu e toda a casa de teu pai.
17. E disse o rei aos da sua guarda, que estavam com ele: Virai-vos e matai os sacerdotes do Senhor, porque também a sua mão é com Davi e porque souberam que fugiu e não mo fizeram saber. Porém os criados do rei não quiseram estender as suas mãos para arremeter contra os sacerdotes do Senhor.
18. Então, disse o rei a Doegue: Vira-te tu e arremete contra os sacerdotes. Então, se virou Doegue, o edomita, e arremeteu contra os sacerdotes, e matou, naquele dia, oitenta e cinco homens que vestiam éfode de linho.
19. Também a Nobe, cidade desses sacerdotes, passou a fio de espada; desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito; e até os bois, jumentos e ovelhas passou a fio de espada.
20. Porém escapou um dos filhos de Aimeleque, filho de Aitube, cujo nome era Abiatar, o qual fugiu atrás de Davi.
21. E Abiatar anunciou a Davi que Saul tinha matado os sacerdotes do Senhor.
22. Então, Davi disse a Abiatar: Bem sabia eu, naquele dia, que, estando ali Doegue, o edomita, não deixaria de o denunciar a Saul; eu dei ocasião contra todas as almas da casa de teu pai.
23. Fica comigo, não temas, porque quem procurar a minha morte também procurará a tua, pois estarás salvo comigo.
Capítulo 23.
2. E ajuntou-se a ele todo homem que se achava em aperto, e todo homem endividado, e todo homem de espírito desgostoso, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens.
3. E foi-se Davi dali a Mispa dos moabitas e disse ao rei dos moabitas: Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que saiba o que Deus há de fazer de mim.
4. E trouxe-os perante o rei dos moabitas, e ficaram com ele todos os dias que Davi esteve no lugar forte.
5. Porém o profeta Gade disse a Davi: Não fiques naquele lugar forte; vai e entra na terra de Judá. Então, Davi foi e veio para o bosque de Herete.
6. E ouviu Saul que já se sabia de Davi e dos homens que estavam com ele: e estava Saul em Gibeá, debaixo de um arvoredo, em Ramá, e tinha na mão a sua lança, e todos os seus criados estavam com ele.
7. Então, disse Saul a todos os seus criados que estavam com ele: Ouvi, peço-vos, filhos de Benjamim, dar-vos-á também o filho de Jessé, a todos vós, terras e vinhas, e far-vos-á a todos chefes de milhares e chefes de centenas,
8. Para que todos vós tenhais conspirado contra mim? E ninguém há que me dê aviso de que meu filho tem feito aliança com o filho de Jessé; e nenhum dentre vós há que se doa de mim e mo participe, pois meu filho tem contra mim sublevado a meu servo, para me armar ciladas, como se vê neste dia.
9. Então, respondeu Doegue, o edomita, que também estava com os criados de Saul, e disse: Ao filho de Jessé vi vir a Nobe, a Aimeleque, filho de Aitube,
10. O qual consultou por ele o Senhor, e lhe deu mantimento, e lhe deu também a espada de Golias, o filisteu.
11. Então, o rei mandou chamar a Aimeleque, sacerdote, filho de Aitube, e a toda a casa de seu pai, e aos sacerdotes que estavam em Nobe; e todos eles vieram ao rei.
12. E disse Saul: Ouve, peço-te, filho de Aitube. E ele disse: Eis-me aqui, senhor meu.
13. Então, lhe disse Saul: Por que conspirastes contra mim, tu e o filho de Jessé? Pois deste-lhe pão e espada e consultaste por ele a Deus, para que se levantasse contra mim a armar-me ciladas, como se vê neste dia?
14. E respondeu Aimeleque ao rei e disse: E quem, entre todos os teus criados, há tão fiel como Davi, o genro do rei, pronto na sua obediência e honrado na tua casa?
15. Comecei, porventura, hoje a consultar por ele a Deus? Longe de mim tal! Não impute o rei coisa nenhuma a seu servo, nem a toda a casa de meu pai, pois o teu servo não soube nada de tudo isso, nem muito nem pouco.
16. Porém o rei disse: Aimeleque, morrerás certamente, tu e toda a casa de teu pai.
17. E disse o rei aos da sua guarda, que estavam com ele: Virai-vos e matai os sacerdotes do Senhor, porque também a sua mão é com Davi e porque souberam que fugiu e não mo fizeram saber. Porém os criados do rei não quiseram estender as suas mãos para arremeter contra os sacerdotes do Senhor.
18. Então, disse o rei a Doegue: Vira-te tu e arremete contra os sacerdotes. Então, se virou Doegue, o edomita, e arremeteu contra os sacerdotes, e matou, naquele dia, oitenta e cinco homens que vestiam éfode de linho.
19. Também a Nobe, cidade desses sacerdotes, passou a fio de espada; desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito; e até os bois, jumentos e ovelhas passou a fio de espada.
20. Porém escapou um dos filhos de Aimeleque, filho de Aitube, cujo nome era Abiatar, o qual fugiu atrás de Davi.
21. E Abiatar anunciou a Davi que Saul tinha matado os sacerdotes do Senhor.
22. Então, Davi disse a Abiatar: Bem sabia eu, naquele dia, que, estando ali Doegue, o edomita, não deixaria de o denunciar a Saul; eu dei ocasião contra todas as almas da casa de teu pai.
23. Fica comigo, não temas, porque quem procurar a minha morte também procurará a tua, pois estarás salvo comigo.
Capítulo 23.
1. E foi anunciado a Davi, dizendo: Eis que os filisteus pelejam contra Queila e saqueiam as eiras.
2. E consultou Davi ao Senhor, dizendo: Irei eu e ferirei estes filisteus? E disse o Senhor a Davi: Vai, e ferirás os filisteus, e livrarás Queila.
3. Porém os homens de Davi lhe disseram: Eis que tememos aqui em Judá, quanto mais indo a Queila contra os esquadrões dos filisteus.
4. Então, Davi tornou a consultar o Senhor, e o Senhor lhe respondeu e disse: Levanta-te, desce a Queila, porque te dou os filisteus na tua mão.
5. Então, Davi partiu com os seus homens a Queila, e pelejou contra os filisteus, e levou os gados, e fez grande estrago entre eles; e Davi livrou os moradores de Queila.
6. E sucedeu que, quando Abiatar, filho de Aimeleque, fugiu para Davi, a Queila, desceu com o éfode na mão.
7. E foi anunciado a Saul que Davi era vindo a Queila. E disse Saul: Deus o entregou nas minhas mãos, pois está encerrado, entrando numa cidade de portas e ferrolhos.
8. Então, Saul mandou chamar a todo o povo à peleja, para que descessem a Queila, para cercar a Davi e os seus homens.
9. Sabendo, pois, Davi que Saul maquinava esse mal contra ele, disse a Abiatar, sacerdote: Traze aqui o éfode.
10. E disse Davi: Ó Senhor, Deus de Israel, teu servo decerto tem ouvido que Saul procura vir a Queila, para destruir a cidade por causa de mim.
11. Entregar-me-ão os cidadãos de Queila na sua mão? Descerá Saul, como o teu servo tem ouvido? Ah! Senhor, Deus de Israel, faze-o saber ao teu servo. E disse o Senhor Descerá.
12. Disse mais Davi: Entregar-me-iam os cidadãos de Queila, a mim e aos meus homens, nas mãos de Saul? E disse o Senhor: Entregariam.
13. Então, se levantou Davi com os seus homens, uns seiscentos, e saíram de Queila e foram-se aonde puderam; e, sendo anunciado a Saul que Davi escapara de Queila, cessou de sair contra ele.
14. E Davi permaneceu no deserto, nos lugares fortes, e ficou em um monte no deserto de Zife; e Saul o buscava todos os dias, porém Deus não o entregou na sua mão.
15. Vendo, pois, Davi que Saul saíra à busca da sua vida, Davi esteve no deserto de Zife, num bosque.
16. Então, se levantou Jónatas, filho de Saul, e foi para Davi ao bosque, e fortaleceu a sua mão em Deus,
17. E disse-lhe: Não temas, que não te achará a mão de Saul, meu pai; porém tu reinarás sobre Israel, e eu serei contigo o segundo; o que também Saul, meu pai, bem sabe.
18. E ambos fizeram aliança perante o Senhor. Davi ficou no bosque, e Jónatas voltou para a sua casa.
19. Então, subiram os zifeus a Saul, a Gibeá, dizendo: Não se escondeu Davi entre nós nos lugares fortes do bosque, no outeiro de Haquila, que está à mão direita de Jesimom?
20. Agora, pois, ó rei, apressadamente desce conforme todo o desejo da tua alma; por nós fica entregarmo-lo nas mãos do rei.
21. Então, disse Saul: Benditos sejais vós do Senhor, porque vos compadecestes de mim.
22. Ide, pois, e diligenciai ainda mais, e sabei, e notai o lugar que frequenta e quem o tenha visto ali; porque me foi dito que é astutíssimo.
23. Pelo que atentai bem e informai-vos acerca de todos os esconderijos em que ele se esconde; e, então, voltai para mim com toda a certeza, e ir-me-ei convosco; e há de ser que, se estiver naquela terra, o buscarei entre todos os milhares de Judá.
24. Então, se levantaram eles e se foram a Zife, adiante de Saul; Davi, porém, e os seus homens estavam no deserto de Maom, na planície, à direita de Jesimom.
25. E Saul e os seus homens se foram em busca dele, o que anunciaram a Davi, que desceu para aquela penha e ficou no deserto de Maom; o que ouvindo Saul, seguiu a Davi para o deserto de Maom.
26. E Saul ia desta banda do monte, e Davi e os seus homens, da outra banda do monte; e sucedeu que Davi se apressou a escapar de Saul; Saul, porém, e os seus homens cercaram Davi e os seus homens, para lançar mão deles.
27. Então, veio um mensageiro a Saul, dizendo: Apressa-te e vem, porque os filisteus, com ímpeto, entraram na terra.
28. Pelo que Saul voltou de perseguir a Davi e foi-se ao encontro dos filisteus. Por esta razão, aquele lugar se chamou Sela-Hamalecote.
29. E subiu Davi dali e ficou nos lugares fortes de En-Gedi.
Capítulo 24.
2. E consultou Davi ao Senhor, dizendo: Irei eu e ferirei estes filisteus? E disse o Senhor a Davi: Vai, e ferirás os filisteus, e livrarás Queila.
3. Porém os homens de Davi lhe disseram: Eis que tememos aqui em Judá, quanto mais indo a Queila contra os esquadrões dos filisteus.
4. Então, Davi tornou a consultar o Senhor, e o Senhor lhe respondeu e disse: Levanta-te, desce a Queila, porque te dou os filisteus na tua mão.
5. Então, Davi partiu com os seus homens a Queila, e pelejou contra os filisteus, e levou os gados, e fez grande estrago entre eles; e Davi livrou os moradores de Queila.
6. E sucedeu que, quando Abiatar, filho de Aimeleque, fugiu para Davi, a Queila, desceu com o éfode na mão.
7. E foi anunciado a Saul que Davi era vindo a Queila. E disse Saul: Deus o entregou nas minhas mãos, pois está encerrado, entrando numa cidade de portas e ferrolhos.
8. Então, Saul mandou chamar a todo o povo à peleja, para que descessem a Queila, para cercar a Davi e os seus homens.
9. Sabendo, pois, Davi que Saul maquinava esse mal contra ele, disse a Abiatar, sacerdote: Traze aqui o éfode.
10. E disse Davi: Ó Senhor, Deus de Israel, teu servo decerto tem ouvido que Saul procura vir a Queila, para destruir a cidade por causa de mim.
11. Entregar-me-ão os cidadãos de Queila na sua mão? Descerá Saul, como o teu servo tem ouvido? Ah! Senhor, Deus de Israel, faze-o saber ao teu servo. E disse o Senhor Descerá.
12. Disse mais Davi: Entregar-me-iam os cidadãos de Queila, a mim e aos meus homens, nas mãos de Saul? E disse o Senhor: Entregariam.
13. Então, se levantou Davi com os seus homens, uns seiscentos, e saíram de Queila e foram-se aonde puderam; e, sendo anunciado a Saul que Davi escapara de Queila, cessou de sair contra ele.
14. E Davi permaneceu no deserto, nos lugares fortes, e ficou em um monte no deserto de Zife; e Saul o buscava todos os dias, porém Deus não o entregou na sua mão.
15. Vendo, pois, Davi que Saul saíra à busca da sua vida, Davi esteve no deserto de Zife, num bosque.
16. Então, se levantou Jónatas, filho de Saul, e foi para Davi ao bosque, e fortaleceu a sua mão em Deus,
17. E disse-lhe: Não temas, que não te achará a mão de Saul, meu pai; porém tu reinarás sobre Israel, e eu serei contigo o segundo; o que também Saul, meu pai, bem sabe.
18. E ambos fizeram aliança perante o Senhor. Davi ficou no bosque, e Jónatas voltou para a sua casa.
19. Então, subiram os zifeus a Saul, a Gibeá, dizendo: Não se escondeu Davi entre nós nos lugares fortes do bosque, no outeiro de Haquila, que está à mão direita de Jesimom?
20. Agora, pois, ó rei, apressadamente desce conforme todo o desejo da tua alma; por nós fica entregarmo-lo nas mãos do rei.
21. Então, disse Saul: Benditos sejais vós do Senhor, porque vos compadecestes de mim.
22. Ide, pois, e diligenciai ainda mais, e sabei, e notai o lugar que frequenta e quem o tenha visto ali; porque me foi dito que é astutíssimo.
23. Pelo que atentai bem e informai-vos acerca de todos os esconderijos em que ele se esconde; e, então, voltai para mim com toda a certeza, e ir-me-ei convosco; e há de ser que, se estiver naquela terra, o buscarei entre todos os milhares de Judá.
24. Então, se levantaram eles e se foram a Zife, adiante de Saul; Davi, porém, e os seus homens estavam no deserto de Maom, na planície, à direita de Jesimom.
25. E Saul e os seus homens se foram em busca dele, o que anunciaram a Davi, que desceu para aquela penha e ficou no deserto de Maom; o que ouvindo Saul, seguiu a Davi para o deserto de Maom.
26. E Saul ia desta banda do monte, e Davi e os seus homens, da outra banda do monte; e sucedeu que Davi se apressou a escapar de Saul; Saul, porém, e os seus homens cercaram Davi e os seus homens, para lançar mão deles.
27. Então, veio um mensageiro a Saul, dizendo: Apressa-te e vem, porque os filisteus, com ímpeto, entraram na terra.
28. Pelo que Saul voltou de perseguir a Davi e foi-se ao encontro dos filisteus. Por esta razão, aquele lugar se chamou Sela-Hamalecote.
29. E subiu Davi dali e ficou nos lugares fortes de En-Gedi.
Capítulo 24.
1. E sucedeu que, voltando Saul de perseguir os filisteus, lhe anunciaram, dizendo: Eis que Davi está no deserto de En-Gedi.
2. Então, tomou Saul três mil homens, escolhidos dentre todo o Israel, e foi à busca de Davi e dos seus homens, até aos cumes das penhas das cabras monteses.
3. E chegou a uns currais de ovelhas no caminho, onde estava uma caverna; e entrou nela Saul, a cobrir seus pés; e Davi e os seus homens estavam aos lados da caverna.
4. Então, os homens de Davi lhe disseram: Eis aqui o dia do qual o Senhor te diz: Eis que te dou o teu inimigo nas tuas mãos, e far-lhe-ás como te parecer bem a teus olhos. E levantou-se Davi e, mansamente, cortou a orla do manto de Saul.
5. Sucedeu, porém, que, depois, o coração doeu a Davi, por ter cortado a orla do manto de Saul;
6. E disse aos seus homens: O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor, estendendo eu a minha mão contra ele, pois é o ungido do Senhor.
7. E, com estas palavras, Davi conteve os seus homens e não lhes permitiu que se levantassem contra Saul; e Saul se levantou da caverna e prosseguiu o seu caminho.
8. Depois, também Davi se levantou, e saiu da caverna, e gritou por detrás de Saul, dizendo: Rei, meu senhor! E, olhando Saul para trás, Davi se inclinou com o rosto em terra e se prostrou.
9. E disse Davi a Saul: Por que dás tu ouvidos às palavras dos homens que dizem: Eis que Davi procura o teu mal?
10. Eis que este dia os teus olhos viram que o Senhor, hoje, te pôs em minhas mãos nesta caverna, e alguns disseram que te matasse; porém a minha mão te poupou; porque disse: Não estenderei a minha mão contra o meu senhor, pois é o ungido do Senhor.
11. Olha, pois, meu pai, vê aqui a orla do teu manto na minha mão; porque, cortando-te eu a orla do manto, te não matei. Adverte, pois, e vê que não há na minha mão nem mal nem prevaricação nenhuma, e não pequei contra ti; porém tu andas à caça da minha vida, para ma tirares.
12. Julgue o Senhor entre mim e ti e vingue-me o Senhor de ti; porém a minha mão não será contra ti.
13. Como diz o provérbio dos antigos: Dos ímpios procede a impiedade; porém a minha mão não será contra ti.
14. Após quem saiu o rei de Israel? A quem persegues? A um cão morto? A uma pulga?
15. O Senhor, porém, será o juiz, e julgará entre mim e ti, e verá, e advogará a minha causa, e me defenderá da tua mão.
16. E sucedeu que, acabando Davi de falar a Saul todas estas palavras, disse Saul: É esta a tua voz, meu filho Davi? Então, Saul alçou a sua voz e chorou.
17. E disse a Davi: Mais justo és do que eu; pois tu me recompensaste com bem, e eu te recompensei com mal.
18. E tu mostraste hoje que usaste comigo bem; pois o Senhor me tinha posto em tuas mãos, e tu me não mataste.
19. Porque quem há que, encontrando o seu inimigo, o deixaria ir por bom caminho? O Senhor, pois, te pague com bem, pelo que hoje me fizeste.
20. Agora, pois, eis que bem sei que certamente hás de reinar e que o reino de Israel há de ser firme na tua mão.
21. Portanto, agora, jura-me pelo Senhor que não desarraigarás a minha semente depois de mim, nem desfarás o meu nome da casa de meu pai.
22. Então, jurou Davi a Saul. E foi Saul para a sua casa, porém Davi e os seus homens subiram ao lugar forte.
Capítulo 25.
2. Então, tomou Saul três mil homens, escolhidos dentre todo o Israel, e foi à busca de Davi e dos seus homens, até aos cumes das penhas das cabras monteses.
3. E chegou a uns currais de ovelhas no caminho, onde estava uma caverna; e entrou nela Saul, a cobrir seus pés; e Davi e os seus homens estavam aos lados da caverna.
4. Então, os homens de Davi lhe disseram: Eis aqui o dia do qual o Senhor te diz: Eis que te dou o teu inimigo nas tuas mãos, e far-lhe-ás como te parecer bem a teus olhos. E levantou-se Davi e, mansamente, cortou a orla do manto de Saul.
5. Sucedeu, porém, que, depois, o coração doeu a Davi, por ter cortado a orla do manto de Saul;
6. E disse aos seus homens: O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor, estendendo eu a minha mão contra ele, pois é o ungido do Senhor.
7. E, com estas palavras, Davi conteve os seus homens e não lhes permitiu que se levantassem contra Saul; e Saul se levantou da caverna e prosseguiu o seu caminho.
8. Depois, também Davi se levantou, e saiu da caverna, e gritou por detrás de Saul, dizendo: Rei, meu senhor! E, olhando Saul para trás, Davi se inclinou com o rosto em terra e se prostrou.
9. E disse Davi a Saul: Por que dás tu ouvidos às palavras dos homens que dizem: Eis que Davi procura o teu mal?
10. Eis que este dia os teus olhos viram que o Senhor, hoje, te pôs em minhas mãos nesta caverna, e alguns disseram que te matasse; porém a minha mão te poupou; porque disse: Não estenderei a minha mão contra o meu senhor, pois é o ungido do Senhor.
11. Olha, pois, meu pai, vê aqui a orla do teu manto na minha mão; porque, cortando-te eu a orla do manto, te não matei. Adverte, pois, e vê que não há na minha mão nem mal nem prevaricação nenhuma, e não pequei contra ti; porém tu andas à caça da minha vida, para ma tirares.
12. Julgue o Senhor entre mim e ti e vingue-me o Senhor de ti; porém a minha mão não será contra ti.
13. Como diz o provérbio dos antigos: Dos ímpios procede a impiedade; porém a minha mão não será contra ti.
14. Após quem saiu o rei de Israel? A quem persegues? A um cão morto? A uma pulga?
15. O Senhor, porém, será o juiz, e julgará entre mim e ti, e verá, e advogará a minha causa, e me defenderá da tua mão.
16. E sucedeu que, acabando Davi de falar a Saul todas estas palavras, disse Saul: É esta a tua voz, meu filho Davi? Então, Saul alçou a sua voz e chorou.
17. E disse a Davi: Mais justo és do que eu; pois tu me recompensaste com bem, e eu te recompensei com mal.
18. E tu mostraste hoje que usaste comigo bem; pois o Senhor me tinha posto em tuas mãos, e tu me não mataste.
19. Porque quem há que, encontrando o seu inimigo, o deixaria ir por bom caminho? O Senhor, pois, te pague com bem, pelo que hoje me fizeste.
20. Agora, pois, eis que bem sei que certamente hás de reinar e que o reino de Israel há de ser firme na tua mão.
21. Portanto, agora, jura-me pelo Senhor que não desarraigarás a minha semente depois de mim, nem desfarás o meu nome da casa de meu pai.
22. Então, jurou Davi a Saul. E foi Saul para a sua casa, porém Davi e os seus homens subiram ao lugar forte.
Capítulo 25.
1. E faleceu Samuel, e todo os filhos de Israel se ajuntaram, e o prantearam, e o sepultaram na sua casa, em Ramá. E Davi se levantou e desceu ao deserto de Parã.
2. E havia um homem em Maom, que tinha as suas possessões no Carmelo; e era este homem mui poderoso, e tinha três mil ovelhas e mil cabras, e estava tosquiando as suas ovelhas no Carmelo.
3. E era o nome deste homem Nabal, e o nome de sua mulher, Abigail; e era a mulher de bom entendimento e formosa, porém o homem era duro e maligno nas obras; e era da casa de Calebe.
4. E ouviu Davi, no deserto, que Nabal tosquiava as suas ovelhas,
5. E enviou Davi dez jovens, e disse aos jovens: Subi ao Carmelo e, indo a Nabal, perguntai-lhe, em meu nome, como está.
6. E assim direis àquele próspero: Paz tenhas, e que a tua casa tenha paz, e tudo o que tens tenha paz!
7. Agora, pois, tenho ouvido que tens tosquiadores; ora, os pastores que tens estiveram conosco; agravo nenhum lhes fizemos, nem coisa alguma lhes faltou todos os dias que estiveram no Carmelo.
8. Pergunta-o aos teus jovens, e eles to dirão; estes jovens, pois, achem graça a teus olhos, porque viemos em bom dia; dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, o que achares à mão.
9. Chegando, pois, os jovens de Davi e tendo falado a Nabal todas aquelas palavras em nome de Davi, se calaram.
10. E Nabal respondeu aos criados de Davi e disse: Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? Muitos servos há hoje, e cada um foge a seu senhor.
11. Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores e o daria a homens que eu não sei de onde vêm?
12. Então, os jovens de Davi se tornaram para o seu caminho, e voltaram, e vieram, e lhe anunciaram tudo, conforme todas estas palavras.
13. Pelo que disse Davi aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu a sua espada, e cingiu também Davi a sua; e subiram após Davi uns quatrocentos homens, e duzentos ficaram com a bagagem.
14. Porém um dentre os jovens o anunciou a Abigail, mulher de Nabal, dizendo: Eis que Davi enviou mensageiros desde o deserto a saudar o nosso amo; porém ele se lançou a eles.
15. Todavia, aqueles homens têm-nos sido muito bons, e nunca fomos agravados deles, e nada nos faltou em todos os dias que conversamos com eles, quando estávamos no campo.
16. De muro em redor nos serviram, assim de dia como de noite, todos os dias que andamos com eles apascentando as ovelhas.
17. Olha, pois, agora, e vê o que hás de fazer porque já de todo determinado está o mal contra o nosso amo e contra toda a sua casa, e ele é um tal filho de Belial, que não há quem lhe possa falar.
18. Então, Abigail se apressou, e tomou duzentos pães, e dois odres de vinho, e cinco ovelhas guisadas, e cinco medidas de trigo tostado, e cem cachos de passas, e duzentas pastas de figos passados, e os pôs sobre jumentos,
19. E disse aos seus jovens: Ide adiante de mim, eis que vos seguirei de perto. Isso, porém, não declarou a seu marido Nabal.
20. E sucedeu que, andando ela montada num jumento, desceu pelo encoberto do monte, e eis que Davi e os seus homens lhe vinham ao encontro, e encontrou-se com eles.
21. E disse Davi: Na verdade, em vão tenho guardado tudo quanto este tem no deserto, e nada lhe faltou de tudo quanto tem, e ele me pagou mal por bem.
22. Assim faça Deus aos inimigos de Davi e outro tanto, se eu deixar até à manhã, de tudo o que tem, mesmo até um menino.
23. Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou à terra.
24. E lançou-se a seus pés e disse: Ah! Senhor meu, minha seja a transgressão; deixa, pois, falar a tua serva aos teus ouvidos e ouve as palavras da tua serva.
25. Meu senhor, agora não faça este homem de Belial, a saber, Nabal, impressão no seu coração, porque tal é ele qual é o seu nome. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele, e eu, tua serva, não vi os jovens de meu senhor, que enviaste.
26. Agora, pois, meu senhor, vive o Senhor, e vive a tua alma, que o Senhor te impediu de vires com sangue e de que a tua mão te salvasse; e, agora, tais quais Nabal sejam os teus inimigos e os que procuram mal contra o meu senhor,
27. E agora esta é a bênção que trouxe a tua serva a meu senhor; dê-se aos jovens que andam após as pisadas de meu senhor.
28. Perdoa, pois, à tua serva esta transgressão, porque certamente fará o Senhor casa firme a meu senhor, porque meu senhor guerreia as guerras do Senhor, e não se tem achado mal em ti por todos os teus dias.
29. E, levantando-se algum homem para te perseguir e para procurar a tua morte, então, a vida de meu senhor será atada no feixe dos que vivem com o Senhor, teu Deus; porém a vida de teus inimigos se arrojará ao longe, como do meio do côncavo de uma funda.
30. E há de ser que, usando o Senhor com o meu senhor conforme todo o bem que já tem dito de ti e te tiver estabelecido chefe sobre Israel,
31. Então, meu senhor, não te será por tropeço, nem por pesar no coração o sangue que sem causa derramaste, nem tampouco o haver-se salvado meu senhor a si mesmo; e, quando o Senhor fizer bem a meu senhor, lembra-te, então, da tua serva.
32. Então, Davi disse a Abigail: Bendito o Senhor, Deus de Israel, que hoje te enviou ao meu encontro.
33. E bendito o teu conselho, e bendita tu, que hoje me estorvaste de vir com sangue e de que a minha mão me salvasse.
34. Porque, na verdade, vive o Senhor, Deus de Israel, que me impediu que te fizesse mal, que se tu não te apressaras e me não vieras ao encontro, não ficaria a Nabal, até à luz da manhã, nem mesmo um menino.
35. Então, Davi tomou da sua mão o que tinha trazido e lhe disse: Sobe em paz à tua casa; vês aqui que tenho dado ouvidos à tua voz e tenho aceitado a tua face.
36. E, vindo Abigail a Nabal, eis que tinha em sua casa um banquete, como banquete de rei; e o coração de Nabal estava alegre nele, e ele já mui embriagado, pelo que não lhe deu a entender palavra alguma, pequena nem grande, até à luz da manhã.
37. Sucedeu, pois, que pela manhã, havendo já saído de Nabal o vinho, sua mulher lhe deu a entender aquelas palavras; e se amorteceu nele o seu coração, e ficou ele como pedra.
38. E aconteceu que, passados quase dez dias, feriu o Senhor a Nabal, e este morreu.
39. E, ouvindo Davi que Nabal morrera, disse: Bendito seja o Senhor, que pleiteou o pleito da minha afronta da mão de Nabal e deteve a seu servo do mal, fazendo o Senhor tornar o mal de Nabal sobre a sua cabeça. E mandou Davi falar a Abigail, para tomá-la por sua mulher.
40. Vindo, pois, os criados de Davi a Abigail, no Carmelo, lhe falaram, dizendo: Davi nos tem mandado a ti, para te tomar por sua mulher.
41. Então, ela se levantou, e se inclinou com o rosto em terra, e disse: Eis aqui a tua serva servirá de criada para lavar os pés dos criados de meu senhor.
42. E Abigail se apressou, e se levantou, e montou num jumento com as suas cinco moças que seguiam as suas pisadas; e ela seguiu os mensageiros de Davi e foi sua mulher.
43. Também tomou Davi a Ainoã de Jezreel, e também ambas foram suas mulheres.
44. Porque Saul tinha dado sua filha Mical, mulher de Davi, a Palti, filho de Laís, o qual era de Galim.
2. E havia um homem em Maom, que tinha as suas possessões no Carmelo; e era este homem mui poderoso, e tinha três mil ovelhas e mil cabras, e estava tosquiando as suas ovelhas no Carmelo.
3. E era o nome deste homem Nabal, e o nome de sua mulher, Abigail; e era a mulher de bom entendimento e formosa, porém o homem era duro e maligno nas obras; e era da casa de Calebe.
4. E ouviu Davi, no deserto, que Nabal tosquiava as suas ovelhas,
5. E enviou Davi dez jovens, e disse aos jovens: Subi ao Carmelo e, indo a Nabal, perguntai-lhe, em meu nome, como está.
6. E assim direis àquele próspero: Paz tenhas, e que a tua casa tenha paz, e tudo o que tens tenha paz!
7. Agora, pois, tenho ouvido que tens tosquiadores; ora, os pastores que tens estiveram conosco; agravo nenhum lhes fizemos, nem coisa alguma lhes faltou todos os dias que estiveram no Carmelo.
8. Pergunta-o aos teus jovens, e eles to dirão; estes jovens, pois, achem graça a teus olhos, porque viemos em bom dia; dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, o que achares à mão.
9. Chegando, pois, os jovens de Davi e tendo falado a Nabal todas aquelas palavras em nome de Davi, se calaram.
10. E Nabal respondeu aos criados de Davi e disse: Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? Muitos servos há hoje, e cada um foge a seu senhor.
11. Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores e o daria a homens que eu não sei de onde vêm?
12. Então, os jovens de Davi se tornaram para o seu caminho, e voltaram, e vieram, e lhe anunciaram tudo, conforme todas estas palavras.
13. Pelo que disse Davi aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu a sua espada, e cingiu também Davi a sua; e subiram após Davi uns quatrocentos homens, e duzentos ficaram com a bagagem.
14. Porém um dentre os jovens o anunciou a Abigail, mulher de Nabal, dizendo: Eis que Davi enviou mensageiros desde o deserto a saudar o nosso amo; porém ele se lançou a eles.
15. Todavia, aqueles homens têm-nos sido muito bons, e nunca fomos agravados deles, e nada nos faltou em todos os dias que conversamos com eles, quando estávamos no campo.
16. De muro em redor nos serviram, assim de dia como de noite, todos os dias que andamos com eles apascentando as ovelhas.
17. Olha, pois, agora, e vê o que hás de fazer porque já de todo determinado está o mal contra o nosso amo e contra toda a sua casa, e ele é um tal filho de Belial, que não há quem lhe possa falar.
18. Então, Abigail se apressou, e tomou duzentos pães, e dois odres de vinho, e cinco ovelhas guisadas, e cinco medidas de trigo tostado, e cem cachos de passas, e duzentas pastas de figos passados, e os pôs sobre jumentos,
19. E disse aos seus jovens: Ide adiante de mim, eis que vos seguirei de perto. Isso, porém, não declarou a seu marido Nabal.
20. E sucedeu que, andando ela montada num jumento, desceu pelo encoberto do monte, e eis que Davi e os seus homens lhe vinham ao encontro, e encontrou-se com eles.
21. E disse Davi: Na verdade, em vão tenho guardado tudo quanto este tem no deserto, e nada lhe faltou de tudo quanto tem, e ele me pagou mal por bem.
22. Assim faça Deus aos inimigos de Davi e outro tanto, se eu deixar até à manhã, de tudo o que tem, mesmo até um menino.
23. Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou à terra.
24. E lançou-se a seus pés e disse: Ah! Senhor meu, minha seja a transgressão; deixa, pois, falar a tua serva aos teus ouvidos e ouve as palavras da tua serva.
25. Meu senhor, agora não faça este homem de Belial, a saber, Nabal, impressão no seu coração, porque tal é ele qual é o seu nome. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele, e eu, tua serva, não vi os jovens de meu senhor, que enviaste.
26. Agora, pois, meu senhor, vive o Senhor, e vive a tua alma, que o Senhor te impediu de vires com sangue e de que a tua mão te salvasse; e, agora, tais quais Nabal sejam os teus inimigos e os que procuram mal contra o meu senhor,
27. E agora esta é a bênção que trouxe a tua serva a meu senhor; dê-se aos jovens que andam após as pisadas de meu senhor.
28. Perdoa, pois, à tua serva esta transgressão, porque certamente fará o Senhor casa firme a meu senhor, porque meu senhor guerreia as guerras do Senhor, e não se tem achado mal em ti por todos os teus dias.
29. E, levantando-se algum homem para te perseguir e para procurar a tua morte, então, a vida de meu senhor será atada no feixe dos que vivem com o Senhor, teu Deus; porém a vida de teus inimigos se arrojará ao longe, como do meio do côncavo de uma funda.
30. E há de ser que, usando o Senhor com o meu senhor conforme todo o bem que já tem dito de ti e te tiver estabelecido chefe sobre Israel,
31. Então, meu senhor, não te será por tropeço, nem por pesar no coração o sangue que sem causa derramaste, nem tampouco o haver-se salvado meu senhor a si mesmo; e, quando o Senhor fizer bem a meu senhor, lembra-te, então, da tua serva.
32. Então, Davi disse a Abigail: Bendito o Senhor, Deus de Israel, que hoje te enviou ao meu encontro.
33. E bendito o teu conselho, e bendita tu, que hoje me estorvaste de vir com sangue e de que a minha mão me salvasse.
34. Porque, na verdade, vive o Senhor, Deus de Israel, que me impediu que te fizesse mal, que se tu não te apressaras e me não vieras ao encontro, não ficaria a Nabal, até à luz da manhã, nem mesmo um menino.
35. Então, Davi tomou da sua mão o que tinha trazido e lhe disse: Sobe em paz à tua casa; vês aqui que tenho dado ouvidos à tua voz e tenho aceitado a tua face.
36. E, vindo Abigail a Nabal, eis que tinha em sua casa um banquete, como banquete de rei; e o coração de Nabal estava alegre nele, e ele já mui embriagado, pelo que não lhe deu a entender palavra alguma, pequena nem grande, até à luz da manhã.
37. Sucedeu, pois, que pela manhã, havendo já saído de Nabal o vinho, sua mulher lhe deu a entender aquelas palavras; e se amorteceu nele o seu coração, e ficou ele como pedra.
38. E aconteceu que, passados quase dez dias, feriu o Senhor a Nabal, e este morreu.
39. E, ouvindo Davi que Nabal morrera, disse: Bendito seja o Senhor, que pleiteou o pleito da minha afronta da mão de Nabal e deteve a seu servo do mal, fazendo o Senhor tornar o mal de Nabal sobre a sua cabeça. E mandou Davi falar a Abigail, para tomá-la por sua mulher.
40. Vindo, pois, os criados de Davi a Abigail, no Carmelo, lhe falaram, dizendo: Davi nos tem mandado a ti, para te tomar por sua mulher.
41. Então, ela se levantou, e se inclinou com o rosto em terra, e disse: Eis aqui a tua serva servirá de criada para lavar os pés dos criados de meu senhor.
42. E Abigail se apressou, e se levantou, e montou num jumento com as suas cinco moças que seguiam as suas pisadas; e ela seguiu os mensageiros de Davi e foi sua mulher.
43. Também tomou Davi a Ainoã de Jezreel, e também ambas foram suas mulheres.
44. Porque Saul tinha dado sua filha Mical, mulher de Davi, a Palti, filho de Laís, o qual era de Galim.
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