Bíblia Completa Pt - Índice com todos os livros.

Índice -Bíblia Completa Pt

Génesis

Génesis 1.

Génesis 2.

Génesis 3

Bíblia Completa - Com todos os livros.

Bíblia completa pT.: Mateus 15.

Mateus 15.

Capítulos
1  a 7
8  a  14
15  a  21
22  a  28     Marcos



1. Então chegaram ao pé de Jesus uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo:
2. Porque transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão.
3. Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Porque transgredis vós também o mandamento de Deus pela vossa tradição?
4. Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser ao pai ou à mãe, morra de morte.
5. Mas vós dizeis: Qualquer que disser ao pai ou à mãe: É oferta ao Senhor o que poderias aproveitar de mim; esse não precisa honrar nem a seu pai nem a sua mãe.
6. E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus.
7. Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo:
8. Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim.
9. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.
10. E, chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei;
11. O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem.
12. Então, acercando-se dele os seus discípulos, disseram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram?
13. Ele, porém, respondendo, disse: Toda a planta, que meu Pai celestial não plantou, será arrancada.
14. Deixai-os: são condutores cegos: ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.
15. E Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Explica-nos essa parábola.
16. Jesus, porém, disse: Até vós mesmos estais ainda sem entender?
17. Ainda não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre, e é lançado fora?
18. Mas o que sai da boca procede do coração, e isso contamina o homem.
19. Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfémias.
20. São estas coisas que contaminam o homem; mas comer sem lavar as mãos, isso não contamina o homem.
21. E, partindo Jesus dali, foi para as partes de Tiro e de Sidon.
22. E eis que uma mulher cananeia que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim que minha filha está miseravelmente endemoninhada.
23. Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós.
24. E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.
25. Então chegou ela, e adorou-o, dizendo: Senhor, socorre-me.
26. Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos.
27. E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores.
28. Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher! Grande é a tua fé seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã.
29. Partindo Jesus dali, chegou ao pé do mar da Galileia, e, subindo a um monte, assentou-se lá.
30. E veio ter com ele muito povo, que trazia coxos, cegos, mudos aleijados, e outros muitos, e os puseram aos pés de Jesus, e ele os sarou.
31. De tal sorte, que a multidão se maravilhou vendo os mudos a falar, os aleijados sãos, os coxos a andar, e os cegos a ver; e glorificava o Deus de Israel.
32. E Jesus chamando os seus discípulos, disse: Tenho compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias, e não tem que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho.
33. E os seus discípulos disseram-lhe: Donde nos viriam num deserto tantos pães, para saciar tal multidão?
34. E Jesus disse-lhes: Quantos pães tendes? E eles disseram: Sete, e uns poucos de peixinhos.
35. Então mandou à multidão que se assentasse no chão.
36. E, tomando os sete pães e os peixes, e dando graças, partiu-os, e deu-os aos seus discípulos, e os discípulos à multidão.
37. E todos comeram e se saciaram; e levantaram, do que sobejou, sete cestos cheios de pedaços.
38. Ora os que tinham comido eram quatro mil homens, além de mulheres e crianças.
39. E, tendo despedido a multidão, entrou no barco, e dirigiu-se ao território de Magdala.

Capítulo 16.



1. E, chegando-se os fariseus e os saduceus, para o tentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu.
2. Mas ele, respondendo, disse-lhes: Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro.
3. E pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis diferençar a face do céu, e não conheceis os sinais dos tempos?
4. Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. E, deixando-os, retirou-se.
5. E, passando seus discípulos para a outra banda, tinham-se esquecido de fornecer-se de pão.
6. E Jesus disse-lhes: Adverti, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus.
7. E eles arrazoavam entre si, dizendo: É porque não nos fornecemos de pão.
8. E Jesus, percebendo isso, disse: Porque arrazoais entre vós, homens de pouca fé, sobre o não vos terdes fornecido de pão?
9. Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens, e de quantas alcofas levantastes?
10. Nem dos sete pães para quatro mil, e de quantos cestos levantastes?
11. Como não compreendestes que não vos falei a respeito do pão, mas que vos guardásseis do fermento dos fariseus e saduceus?
12. Então compreenderam que não dissera que se guardassem do fermento do pão, mas da doutrina dos fariseus.
13. E, chegando Jesus às partes de Cesareia de Filipo, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?
14. E eles disseram: Uns João Baptista, outros Elias, e outros Jeremias ou um dos profetas.
15. Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
16. E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
17. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.
18. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
19. E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.
20. Então mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo.
21. Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia.
22. E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso.
23. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.
24. Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me;
25. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.
26. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?
27. Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.
28. Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino.

Capítulo 17.




1. Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte,
2. E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e os seus vestidos se tornaram brancos como a luz.
3. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
4. E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e um para Elias.
5. E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo! Escutai-o.
6. E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre os seus rostos, e tiveram grande medo.
7. E aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos; e não tenhais medo.
8. E, erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente a Jesus.
9. E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dos mortos.
10. E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Porque dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?
11. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas;
12. Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem.
13. Então entenderam os discípulos que lhes falara de João Baptista.
14. E, quando chegaram à multidão, aproximou-se-lhe um homem, pondo-se de joelhos diante dele, e dizendo:
15. Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre muito pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água;
16. E trouxe-o aos teus discípulos; e não puderam curá-lo.
17. E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei eu convosco, e até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui.
18. E repreendeu Jesus o demónio, que saiu dele, e desde aquela hora o menino sarou.
19. Então os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, disseram: Porque não pudemos nós expulsá-lo?
20. E Jesus lhes disse: Por causa da vossa pouca fé; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá - e há-de passar; e nada vos será impossível.
21. Mas esta casta de demónios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.
22. Ora, achando-se eles na Galileia, disse-lhes Jesus: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens;
23. E matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará. E eles se entristeceram muito.
24. E, chegando eles a Capernaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as didracmas, e disseram: O vosso mestre não paga as didracmas?
25. Disse ele: Sim. E, entrando em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos, ou o censo? Dos seus filhos, ou dos alheios?
26. Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhes Jesus: Logo, estão livres os filhos;
27. Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir, e, abrindo-lhe a boca, encontrarás um estater; toma-o, e dá-o por mim e por ti.

Capítulo 18.



1. Naquela mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus?
2. E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles.
3. E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus.
4. Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus.
5. E qualquer que receber em meu nome um menino tal como este, a mim me recebe.
6. Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar.
7. Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!
8. Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o, e atira-o para longe de ti: melhor te é entrar na vida coxo, ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno.
9. E se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e atira-o para longe de ti. Melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno.
10. Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai que está nos céus.
11. Porque o Filho do homem veio salvar o que se tinha perdido.
12. Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou?
13. E, se porventura a acha, em verdade vos digo que maior prazer tem por aquela, do que pelas noventa e nove que se não desgarraram.
14. Assim também não é a vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca.
15. Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão;
16. Mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada.
17. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.
18. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.
19. Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus;
20. Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.
21. Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?
22. Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas, até setenta vezes sete.
23. Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos;
24. E, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos;
25. E, não tendo ele com que pagar, o seu Senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse.
26. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.
27. Então o Senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o, e perdoou-lhe a dívida.
28. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves.
29. Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.
30. Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida.
31. Vendo pois os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu Senhor tudo o que se passara.
32. Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste.
33. Não devias tu igualmente ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?
34. E, indignado, o seu Senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.
35. Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.

Capítulo 19.



1. E aconteceu que, concluindo Jesus estes discursos, saiu da Galileia, e dirigiu-se aos confins da Judeia, além do Jordão;
2. E seguiram-no muitas gentes, e curou-as ali.
3. Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo: É lícito ao homem repudiar a sua mulher por qualquer motivo?
4. Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez,
5. E disse: Portanto deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?
6. Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem.
7. Disseram-lhe eles: Então porque mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?
8. Disse-lhes ele: Moisés por causa da dureza dos vossos corações vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim.
9. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.
10. Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar.
11. Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido.
12. Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.
13. Trouxeram-lhe então alguns meninos, para que sobre eles pusesse as mãos, e orasse; mas os discípulos os repreendiam.
14. Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus.
15. E, tendo-lhes imposto as mãos, partiu dali.
16. E eis que, aproximando-se dele um mancebo, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei, para conseguir a vida eterna?
17. E ele disse-lhe: Porque me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.
18. Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho;
19. Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.
20. Disse-lhe o mancebo: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda?
21. Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.
22. E o mancebo, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.
23. Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus.
24. E outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo duma agulha do que entrar um rico no reino dos céus.
25. Os seus discípulos, ouvindo isto, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá pois salvar-se?
26. E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.
27. Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixámos tudo, e te seguimos; que receberemos?
28. E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.
29. E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.
30. Porém muitos primeiros serão os derradeiros, e muitos derradeiros serão os primeiros.

Capítulo 20.



1. Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha.
2. E, ajustando com os trabalhadores a um dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha.
3. E, saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça,
4. E disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram.
5. Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo.
6. E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos, e perguntou-lhes : Porque estais ociosos todo o dia?
7. Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo.
8. E, aproximando-se a noite, diz o Senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o jornal, começando pelos derradeiros até aos primeiros.
9. E, chegando os que tinham ido perto da hora undécima, receberam um dinheiro cada um.
10. Vindo, porém, os primeiros, cuidaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um dinheiro cada um;
11. E, recebendo-o, murmuravam contra o pai de família.
12. Dizendo: Estes derradeiros trabalharam só uma hora, e tu os igualaste connosco, que suportámos a fadiga e a calma do dia.
13. Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço agravo: não ajustaste tu comigo um dinheiro?
14. Toma o que é teu, e retira-te; eu quero dar a este derradeiro tanto como a ti.
15. Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?
16. Assim os derradeiros serão primeiros, e os primeiros derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.
17. E, subindo Jesus a Jerusalém, chamou de parte os seus doze discípulos, e no caminho disse-lhes:
18. Eis que vamos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes, e aos escribas, e condená-lo-ão à morte.
19. E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará.
20. Então se aproximou dele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o, e fazendo-lhe um pedido.
21. E ele diz-lhe: Que queres? Ela respondeu: Diz que estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino.
22. Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu hei-de beber, e ser baptizados com o baptismo com que eu sou baptizado? Dizem-lhe eles: Podemos.
23. E diz-lhes ele: Na verdade bebereis o meu cálice, mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence dá-lo, mas é para aqueles para quem meu Pai o tem preparado.
24. E, quando os dez ouviram isto, indignaram-se contra os dois irmãos.
25. Então Jesus, chamando-os para junto de si disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles.
26. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal;
27. E qualquer que entre vós quiser ser o primeiro seja vosso servo;
28. Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.
29. E, saindo eles de Jerico, seguiu-o grande multidão.
30. E eis que dois cegos, assentados junto do caminho, ouvindo que Jesus passava, clamaram, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós.
31. E a multidão os repreendia, para que se calassem; eles, porém, cada vez clamavam mais, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós.
32. E Jesus, parando, chamou-os, e disse: Que quereis que vos faça?
33. Disseram-lhe eles: Senhor, que os nossos olhos sejam abertos.
34. Então Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhe nos olhos, e logo viram; e eles o seguiram.

Capítulo 21.



1. E, quando se aproximaram de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, ao monte das Oliveiras, enviou então Jesus dois discípulos, dizendo-lhes:
2. Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e trazei-mos.
3. E, se alguém vos disser alguma coisa, direis que o Senhor os há de mister: e logo os enviará.
4. Ora tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, que diz:
5. Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei aí te vem, manso, e assentado sobre uma jumenta, e sobre um jumentinho, filho de animal de carga.
6. E, indo os discípulos, e fazendo como Jesus lhes ordenara,
7. Trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram os seus vestidos, e fizeram-no assentar em cima.
8. E muitíssima gente estendia os seus vestidos pelo caminho, e outras cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho.
9. E a multidão que ia adiante, e a que seguia, clamava, dizendo: Hosana ao Filho de Davi; bem-dito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas.
10. E entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, dizendo: Quem é este?
11. E a multidão dizia: Este é Jesus o profeta de Nazaré da Galileia.
12. E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas;
13. E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração - mas vós a tendes convertido em covil de ladrões.
14. E foram ter com ele ao templo cegos e coxos, e curou-os.
15. Vendo então os principais dos sacerdotes e os escribas as maravilhas que fazia, e os meninos clamando no templo, Hosana ao Filho de Davi, indignaram-se,
16. E disseram-lhe: Ouves o que estes dizem? E Jesus lhes disse: Sim; nunca lestes: Pela boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?
17. E, deixando-os, saiu da cidade para Betânia, e ali passou a noite.
18. E, de manhã, voltando para a cidade, teve fome;
19. E, avistando uma figueira perto do caminho, dirigiu-se a ela, e não achou nela senão folhas. E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente.
20. E os discípulos, vendo isto, maravilharam-se, dizendo: Como secou imediatamente a figueira?
21. Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te e precipita-te no mar, assim será feito;
22. E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis.
23. E, chegando ao templo, acercaram-se dele, estando já ensinando, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo, dizendo: Com que autoridade fazes isto? E quem te deu tal autoridade?
24. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Eu também vos perguntarei uma coisa; se ma disserdes, também eu vos direi com que autoridade faço isto.
25. O baptismo de João donde era? Do céu, ou dos homens? E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu; ele nos dirá: Então porque não o crestes?
26. E, se dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta.
27. E, respondendo a Jesus, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isto.
28. Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha.
29. Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi.
30. E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; Eu vou, senhor; e não foi.
31. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Na verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus.
32. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para o crer.
33. Ouvi ainda outra parábola: Houve um homem, pai de família, que plantou uma vinha, e circundou-a de um valado, e construiu nela um lagar, e edificou uma torre, e arrendou-a a uns lavradores, e ausentou-se para longe.
34. E, chegando o tempo dos frutos, enviou os seus servos aos lavradores, para receber os seus frutos.
35. E os lavradores, apoderando-se dos servos, feriram um, mataram outro, e apedrejaram outro.
36. Depois enviou outros servos, em maior número do que os primeiros; e eles fizeram-lhes o mesmo;
37. E por último enviou-lhes seu filho, dizendo: Terão respeito a meu filho.
38. Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderamo-nos da sua herança.
39. E, lançando mão dele, o arrastaram para fora da vinha, e o mataram.
40. Quando pois vier o Senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?
41. Dizem-lhe eles: Dará afrontosa morte aos maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe dêem os frutos.
42. Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isto, e é maravilhoso aos nossos olhos?
43. Portanto eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos.
44. E quem cair sobre esta pedra despedaçar-se-á; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.
45. E os príncipes dos sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas palavras, entenderam que falava deles;
46. E, pretendendo prendê-lo, recearam o povo, porquanto o tinham por profeta.

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