1. E descendo ele do monte, seguiu-o uma grande multidão.
2. E, eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres podes tornar-me limpo.
3. E Jesus, estendendo a mão, tocou-o dizendo: Quero; sê limpo. E logo ficou purificado da lepra.
4. Disse-lhe então Jesus: Olha não o digas a alguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.
5. E, entrando Jesus em Capernaum, chegou junto dele um centurião, rogando-lhe,
6. E dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa paralítico, e violentamente atormentado.
7. E Jesus lhe disse: Eu irei, e lhe darei saúde.
8. E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas diz somente uma palavra, e o meu criado sarará;
9. Pois também eu sou homem sob autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu criado: Faz isto, e ele o faz.
10. E maravilhou-se Jesus, ouvindo isto, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé.
11. Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus;
12. E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores: ali haverá pranto e ranger de dentes.
13. Então disse Jesus ao centurião: Vai, e como creste te seja feito. E naquela mesma hora o seu criado sarou.
14. E Jesus, entrando em casa de Pedro, viu a sogra deste, jazendo com febre,
15. E tocou-lhe na mão, e a febre a deixou; e levantou-se e serviu-os.
16. E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam enfermos;
17. Para que se cumprisse o que fora dito, pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças.
18. E Jesus, vendo em torno de si uma grande multidão, ordenou que passassem para a banda dalém ;
19. E, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, onde quer que fores, eu te seguirei.
20. E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.
21. E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me que primeiramente vá sepultar meu pai.
22. Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa aos mortos sepultar os seus mortos.
23. E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram;
24. E eis que no mar se levantou uma tempestade, tão grande que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo.
25. E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, salva-nos, que perecemos.
26. E ele disse-lhes: Porque temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança.
27. E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem.
28. E, tendo chegado à outra banda, à província dos gergesenos, saíram-lhe ao encontro dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; tão ferozes eram que ninguém podia passar por aquele caminho.
29. E eis que clamaram, dizendo: Que temos nós contigo, Jesus Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes de tempo?
30. E andava pastando distante deles uma manada de muitos porcos.
31. E os demónios rogaram-lhe, dizendo: Se nos expulsas, permite-nos que entremos naquela manada de porcos.
32. E ele lhes disse: Ide. E, saindo eles, se introduziram na manada dos porcos; e eis que toda aquela manada de porcos se precipitou no mar por um despenhadeiro, e morreram nas águas.
33. Os porqueiros fugiram, e, chegando à cidade, divulgaram tudo o que acontecera aos endemoninhados.
34. E eis que toda aquela cidade saiu ao encontro de Jesus, e, vendo-o, rogaram-lhe que se retirasse dos seus termos.
Capítulo 9.
2. E, eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres podes tornar-me limpo.
3. E Jesus, estendendo a mão, tocou-o dizendo: Quero; sê limpo. E logo ficou purificado da lepra.
4. Disse-lhe então Jesus: Olha não o digas a alguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.
5. E, entrando Jesus em Capernaum, chegou junto dele um centurião, rogando-lhe,
6. E dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa paralítico, e violentamente atormentado.
7. E Jesus lhe disse: Eu irei, e lhe darei saúde.
8. E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas diz somente uma palavra, e o meu criado sarará;
9. Pois também eu sou homem sob autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu criado: Faz isto, e ele o faz.
10. E maravilhou-se Jesus, ouvindo isto, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé.
11. Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus;
12. E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores: ali haverá pranto e ranger de dentes.
13. Então disse Jesus ao centurião: Vai, e como creste te seja feito. E naquela mesma hora o seu criado sarou.
14. E Jesus, entrando em casa de Pedro, viu a sogra deste, jazendo com febre,
15. E tocou-lhe na mão, e a febre a deixou; e levantou-se e serviu-os.
16. E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam enfermos;
17. Para que se cumprisse o que fora dito, pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças.
18. E Jesus, vendo em torno de si uma grande multidão, ordenou que passassem para a banda dalém ;
19. E, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, onde quer que fores, eu te seguirei.
20. E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.
21. E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me que primeiramente vá sepultar meu pai.
22. Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa aos mortos sepultar os seus mortos.
23. E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram;
24. E eis que no mar se levantou uma tempestade, tão grande que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo.
25. E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, salva-nos, que perecemos.
26. E ele disse-lhes: Porque temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança.
27. E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem.
28. E, tendo chegado à outra banda, à província dos gergesenos, saíram-lhe ao encontro dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; tão ferozes eram que ninguém podia passar por aquele caminho.
29. E eis que clamaram, dizendo: Que temos nós contigo, Jesus Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes de tempo?
30. E andava pastando distante deles uma manada de muitos porcos.
31. E os demónios rogaram-lhe, dizendo: Se nos expulsas, permite-nos que entremos naquela manada de porcos.
32. E ele lhes disse: Ide. E, saindo eles, se introduziram na manada dos porcos; e eis que toda aquela manada de porcos se precipitou no mar por um despenhadeiro, e morreram nas águas.
33. Os porqueiros fugiram, e, chegando à cidade, divulgaram tudo o que acontecera aos endemoninhados.
34. E eis que toda aquela cidade saiu ao encontro de Jesus, e, vendo-o, rogaram-lhe que se retirasse dos seus termos.
Capítulo 9.
1. E, entrando no barco, passou para a outra banda, e chegou à sua cidade. E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado numa cama.
2. E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, tem bom ânimo perdoados te são os teus pecados.
3. E eis que alguns dos escribas diziam entre si: Ele blasfema.
4. Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse: Porque pensais mal em vossos corações?
5. Pois qual é mais fácil? Dizer: Perdoados te são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te e anda?
6. Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te; toma a tua cama, e vai para tua casa.
7. E, levantando-se, foi para sua casa.
8. E a multidão, vendo isto, maravilhou-se, e glorificou a Deus, que dera tal poder aos homens.
9. E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.
10. E aconteceu que, estando ele em casa sentado a mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos.
11. E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: Porque come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?
12. Jesus, porem, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os doentes.
13. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.
14. Então chegaram ao pé dele os discípulos de João, dizendo: Porque jejuamos nós e os fariseus muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam?
15. E disse-lhes Jesus: Podem porventura andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão.
16. Ninguém deita remendo de pano novo em vestido velho, porque semelhante remendo rompe o vestido, e faz-se maior a rotura.
17. Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás rompem-se os odres e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.
18. Dizendo-lhes ele estas coisas, eis que chegou um chefe, e o adorou, dizendo: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá.
19. E Jesus, levantando-se, seguiu-o, ele e os seus discípulos.
20. E eis que uma mulher que havia já doze anos padecia de um fluxo de sangue, chegando por detrás dele, tocou a orla do seu vestido;
21. Porque dizia consigo: Se eu somente tocar o seu vestido, ficarei sã.
22. E Jesus, voltando-se, e vendo-a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E imediatamente a mulher ficou sã.
23. E Jesus, chegando a casa daquele chefe, e vendo os instrumentalistas, e o povo em alvoroço,
24. Disse-lhes: Retirai-vos, que a menina não está morta, mas dorme. E riam-se dele.
25. E, logo que o povo foi posto fora, entrou Jesus, e pegou-lhe na mão, e a menina levantou-se.
26. E espalhou-se aquela notícia por todo aquele país.
27. E, partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando, e dizendo: Tem compaixão de nós, filho de Davi.
28. E, quando chegou a casa, os cegos se aproximaram dele; e Jesus disse-lhes: Credes vós que eu possa fazer isto? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor.
29. Tocou então os olhos deles, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé.
30. E os olhos se lhes abriram. E Jesus ameaçou-os, dizendo: Olhai que ninguém o saiba.
31. Mas, tendo ele saído, divulgaram a sua fama por toda aquela terra.
32. E, havendo-se eles retirado, trouxeram-lhe um homem mudo e endemoninhado.
33. E, expulso o demónio, falou o mudo; e a multidão se maravilhou, dizendo: Nunca tal se viu em Israel.
34. Mas os fariseus diziam: Ele expulsa os demónios pelo príncipe dos demónios.
35. E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
36. E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes, como ovelhas que não têm pastor.
37. Então disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros.
38. Rogai pois ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara.
Capítulo 10.
2. E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, tem bom ânimo perdoados te são os teus pecados.
3. E eis que alguns dos escribas diziam entre si: Ele blasfema.
4. Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse: Porque pensais mal em vossos corações?
5. Pois qual é mais fácil? Dizer: Perdoados te são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te e anda?
6. Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te; toma a tua cama, e vai para tua casa.
7. E, levantando-se, foi para sua casa.
8. E a multidão, vendo isto, maravilhou-se, e glorificou a Deus, que dera tal poder aos homens.
9. E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.
10. E aconteceu que, estando ele em casa sentado a mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos.
11. E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: Porque come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?
12. Jesus, porem, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os doentes.
13. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.
14. Então chegaram ao pé dele os discípulos de João, dizendo: Porque jejuamos nós e os fariseus muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam?
15. E disse-lhes Jesus: Podem porventura andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão.
16. Ninguém deita remendo de pano novo em vestido velho, porque semelhante remendo rompe o vestido, e faz-se maior a rotura.
17. Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás rompem-se os odres e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.
18. Dizendo-lhes ele estas coisas, eis que chegou um chefe, e o adorou, dizendo: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá.
19. E Jesus, levantando-se, seguiu-o, ele e os seus discípulos.
20. E eis que uma mulher que havia já doze anos padecia de um fluxo de sangue, chegando por detrás dele, tocou a orla do seu vestido;
21. Porque dizia consigo: Se eu somente tocar o seu vestido, ficarei sã.
22. E Jesus, voltando-se, e vendo-a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E imediatamente a mulher ficou sã.
23. E Jesus, chegando a casa daquele chefe, e vendo os instrumentalistas, e o povo em alvoroço,
24. Disse-lhes: Retirai-vos, que a menina não está morta, mas dorme. E riam-se dele.
25. E, logo que o povo foi posto fora, entrou Jesus, e pegou-lhe na mão, e a menina levantou-se.
26. E espalhou-se aquela notícia por todo aquele país.
27. E, partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando, e dizendo: Tem compaixão de nós, filho de Davi.
28. E, quando chegou a casa, os cegos se aproximaram dele; e Jesus disse-lhes: Credes vós que eu possa fazer isto? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor.
29. Tocou então os olhos deles, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé.
30. E os olhos se lhes abriram. E Jesus ameaçou-os, dizendo: Olhai que ninguém o saiba.
31. Mas, tendo ele saído, divulgaram a sua fama por toda aquela terra.
32. E, havendo-se eles retirado, trouxeram-lhe um homem mudo e endemoninhado.
33. E, expulso o demónio, falou o mudo; e a multidão se maravilhou, dizendo: Nunca tal se viu em Israel.
34. Mas os fariseus diziam: Ele expulsa os demónios pelo príncipe dos demónios.
35. E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
36. E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes, como ovelhas que não têm pastor.
37. Então disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros.
38. Rogai pois ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara.
Capítulo 10.
1. E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal.
2. Ora os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;
3. Filipe e Bartolomeu: Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu.
4. Simão Cananita, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.
5. Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho das gentes, nem entrareis em cidade de samaritanos;
6. Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel;
7. E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus.
8. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demónios: de graça recebestes, de graça dai.
9. Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos,
10. Nem alforges para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordão; porque digno é o operário do seu alimento.
11. E, em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela seja digno, e hospedai-vos aí até que vos retireis.
12. E, quando entrardes nalguma casa, saudai-a;
13. E, se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz.
14. E, se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés.
15. Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para o país de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade.
16. Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos; portanto sede prudentes como as serpentes e simplices como as pombas.
17. Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas;
18. E sereis até conduzidos à presença dos governadores e dos reis por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles e aos gentios.
19. Mas, quando vos entregarem: Não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer.
20. Porque não sois vós quem falará mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós.
21. E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão.
22. E odiados de todos sereis por causa do meu nome: mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.
23. Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem
24. Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor.
25. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebú ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?
26. Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se.
27. O que vos digo em trevas dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados.
28. E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.
29. Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai.
30. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.
31. Não temais pois: mais valeis vós do que muitos passarinhos.
32. Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.
33. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai que está nos céus.
34. Não cuideis que vim trazer a paz à terra; Não vim trazer paz, mas espada;
35. Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra;
36. E assim os inimigos do homem serão os seus familiares.
37. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim, não é digno de mim.
38. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.
39. Quem achar a sua vida perde-la-à, quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-à.
40. Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.
41. Quem recebe um profeta em qualidade de profeta, receberá galardão de profeta; quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá galardão de justo.
42. E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.
Capítulo 11.
2. Ora os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;
3. Filipe e Bartolomeu: Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu.
4. Simão Cananita, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.
5. Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho das gentes, nem entrareis em cidade de samaritanos;
6. Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel;
7. E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus.
8. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demónios: de graça recebestes, de graça dai.
9. Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos,
10. Nem alforges para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordão; porque digno é o operário do seu alimento.
11. E, em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela seja digno, e hospedai-vos aí até que vos retireis.
12. E, quando entrardes nalguma casa, saudai-a;
13. E, se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz.
14. E, se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés.
15. Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para o país de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade.
16. Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos; portanto sede prudentes como as serpentes e simplices como as pombas.
17. Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas;
18. E sereis até conduzidos à presença dos governadores e dos reis por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles e aos gentios.
19. Mas, quando vos entregarem: Não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer.
20. Porque não sois vós quem falará mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós.
21. E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão.
22. E odiados de todos sereis por causa do meu nome: mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.
23. Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem
24. Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor.
25. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebú ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?
26. Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se.
27. O que vos digo em trevas dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados.
28. E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.
29. Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai.
30. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.
31. Não temais pois: mais valeis vós do que muitos passarinhos.
32. Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.
33. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai que está nos céus.
34. Não cuideis que vim trazer a paz à terra; Não vim trazer paz, mas espada;
35. Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra;
36. E assim os inimigos do homem serão os seus familiares.
37. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim, não é digno de mim.
38. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.
39. Quem achar a sua vida perde-la-à, quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-à.
40. Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.
41. Quem recebe um profeta em qualidade de profeta, receberá galardão de profeta; quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá galardão de justo.
42. E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.
Capítulo 11.
1. E, aconteceu que, acabando Jesus de dar instruções aos seus doze discípulos, partiu dali, a ensinar e a pregar nas cidades deles.
2. E João, ouvindo no cárcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seus discípulos,
3. A dizer-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?
4. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas, que ouvis e vedes;
5. Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.
6. E bem-aventurado é aquele que se não escandalizar em mim.
7. E, partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que fostes ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento?
8. Sim, que fostes ver? Um homem ricamente vestido? Os que trajam ricamente estão nas casas dos reis.
9. Mas então que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta;
10. Porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo, que preparará diante de ti o teu caminho.
11. Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Baptista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele.
12. E, desde os dias de João Baptista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele.
13. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.
14. E se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir.
15. Quem tem ouvidos para ouvir ouça.
16. Mas, a quem assemelharei esta geração? É semelhante aos meninos que se assentam nas praças, e clamam aos seus companheiros.
17. E dizem: Tocámo-vos flauta, e não dançastes; cantámo-vos lamentações, e não chorastes.
18. Porquanto veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demónio.
19. Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos.
20. Então começou ele a lançar em rosto às cidades, onde se operou a maior parte dos seus prodígios, o não se haverem arrependido, dizendo:
21. Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidon fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza.
22. Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidon, no dia do juízo, do que para vós.
23. E tu, Capernaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje.
24. Porém eu vos digo que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti.
25. Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultastes estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos.
26. Sim, ó Pai, porque assim te aprouve.
27. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai: e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
28. Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
29. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
30. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.
Capítulo 12.
2. E João, ouvindo no cárcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seus discípulos,
3. A dizer-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?
4. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas, que ouvis e vedes;
5. Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.
6. E bem-aventurado é aquele que se não escandalizar em mim.
7. E, partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que fostes ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento?
8. Sim, que fostes ver? Um homem ricamente vestido? Os que trajam ricamente estão nas casas dos reis.
9. Mas então que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta;
10. Porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo, que preparará diante de ti o teu caminho.
11. Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Baptista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele.
12. E, desde os dias de João Baptista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele.
13. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.
14. E se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir.
15. Quem tem ouvidos para ouvir ouça.
16. Mas, a quem assemelharei esta geração? É semelhante aos meninos que se assentam nas praças, e clamam aos seus companheiros.
17. E dizem: Tocámo-vos flauta, e não dançastes; cantámo-vos lamentações, e não chorastes.
18. Porquanto veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demónio.
19. Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos.
20. Então começou ele a lançar em rosto às cidades, onde se operou a maior parte dos seus prodígios, o não se haverem arrependido, dizendo:
21. Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidon fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza.
22. Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidon, no dia do juízo, do que para vós.
23. E tu, Capernaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje.
24. Porém eu vos digo que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti.
25. Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultastes estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos.
26. Sim, ó Pai, porque assim te aprouve.
27. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai: e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
28. Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
29. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
30. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.
Capítulo 12.
1. Naquele tempo passou Jesus pelas searas, em um sábado; e os seus discípulos, tendo fome, começaram a colher espigas, e a comer.
2. E os fariseus, vendo isto, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado.
3. Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam?
4. Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes?
5. Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa?
6. Pois que eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo.
7. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.
8. Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor.
9. E, partindo dali, chegou à sinagoga deles.
10. E, estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada; e eles, para o acusarem, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados?
11. E ele lhes disse: Qual de entre vós será o homem que tendo uma ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não lançará mão dela, e a levantará?
12. Pois quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por consequência, lícito fazer bem nos sábados.
13. Então disse àquele homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e ficou sã como a outra.
14. E os fariseus, tendo saído, formaram conselho contra ele, para o matarem.
15. Jesus, sabendo isso, retirou-se dali, e acompanhou-o uma grande multidão de gente, e ele curou a todos.
16. E recomendava-lhes rigorosamente que o não descobrissem.
17. Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz:
18. Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz: Porei sobre ele o meu espírito, e anunciará aos gentios o juízo.
19. Não contenderá, nem clamará, nem alguém ouvirá pelas ruas a sua voz;
20. Não esmagará a cana quebrada, e não apagará o morrão que fumega, até que faça triunfar o juízo;
21. E no seu nome os gentios esperarão.
22. Trouxeram-lhe então um endemoninhado cego e mudo; e, de tal modo o curou, que o cego e mudo falava e via.
23. E toda a multidão se admirava e dizia: Não é este o Filho de Davi?
24. Mas os fariseus, ouvindo isto, diziam: Este não expulsa os demónios senão por Belzebú, príncipe dos demónios.
25. Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá.
26. E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá pois o seu reino?
27. E, se eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsam então os vossos filhos? Portanto eles mesmos serão, os vossos juízes.
28. Mas, se eu expulso os demónios pelo Espírito de Deus, é conseguintemente chegado a vós o reino de Deus.
29. Ou, como pode alguém entrar em casa do homem valente, e furtar os seus bens, se primeiro não maniatar o valente, saqueando então a sua casa?
30. Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha.
31. Portanto eu vos digo: Todo o pecado e blasfémia se perdoará aos homens; mas a blasfémia contra o Espírito não será perdoada aos homens.
32. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro.
33. Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.
34. Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.
35. O homem bom tira boas coisas do seu bom tesouro, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más.
36. Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão-de dar conta no dia do juízo.
37. Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.
38. Então alguns dos escribas e dos fariseus tomaram a palavra, dizendo: Mestre, quiséramos ver da tua parte algum sinal.
39. Mas ele lhes respondeu, e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará outro sinal senão o do profeta Jonas;
40. Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites: no seio da terra.
41. Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é mais do que Jonas.
42. A rainha do meio dia se levantará no dia do juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está aqui quem é mais do que Salomão.
43. E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra.
44. Então diz: Voltarei para a minha casa donde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada.
45. Então vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e são os últimos actos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má.
46. E, falando ele ainda à multidão eis que estavam fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo falar-lhe.
47. E disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, que querem falar-te.
48. Porém ele, respondendo, disse ao que lhe falara. Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos?
49. E, estendendo a sua mão para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos;
50. Porque, qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe.
Capítulo 13.
2. E os fariseus, vendo isto, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado.
3. Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam?
4. Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes?
5. Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa?
6. Pois que eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo.
7. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.
8. Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor.
9. E, partindo dali, chegou à sinagoga deles.
10. E, estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada; e eles, para o acusarem, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados?
11. E ele lhes disse: Qual de entre vós será o homem que tendo uma ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não lançará mão dela, e a levantará?
12. Pois quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por consequência, lícito fazer bem nos sábados.
13. Então disse àquele homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e ficou sã como a outra.
14. E os fariseus, tendo saído, formaram conselho contra ele, para o matarem.
15. Jesus, sabendo isso, retirou-se dali, e acompanhou-o uma grande multidão de gente, e ele curou a todos.
16. E recomendava-lhes rigorosamente que o não descobrissem.
17. Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz:
18. Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz: Porei sobre ele o meu espírito, e anunciará aos gentios o juízo.
19. Não contenderá, nem clamará, nem alguém ouvirá pelas ruas a sua voz;
20. Não esmagará a cana quebrada, e não apagará o morrão que fumega, até que faça triunfar o juízo;
21. E no seu nome os gentios esperarão.
22. Trouxeram-lhe então um endemoninhado cego e mudo; e, de tal modo o curou, que o cego e mudo falava e via.
23. E toda a multidão se admirava e dizia: Não é este o Filho de Davi?
24. Mas os fariseus, ouvindo isto, diziam: Este não expulsa os demónios senão por Belzebú, príncipe dos demónios.
25. Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá.
26. E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá pois o seu reino?
27. E, se eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsam então os vossos filhos? Portanto eles mesmos serão, os vossos juízes.
28. Mas, se eu expulso os demónios pelo Espírito de Deus, é conseguintemente chegado a vós o reino de Deus.
29. Ou, como pode alguém entrar em casa do homem valente, e furtar os seus bens, se primeiro não maniatar o valente, saqueando então a sua casa?
30. Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha.
31. Portanto eu vos digo: Todo o pecado e blasfémia se perdoará aos homens; mas a blasfémia contra o Espírito não será perdoada aos homens.
32. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro.
33. Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.
34. Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.
35. O homem bom tira boas coisas do seu bom tesouro, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más.
36. Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão-de dar conta no dia do juízo.
37. Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.
38. Então alguns dos escribas e dos fariseus tomaram a palavra, dizendo: Mestre, quiséramos ver da tua parte algum sinal.
39. Mas ele lhes respondeu, e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará outro sinal senão o do profeta Jonas;
40. Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites: no seio da terra.
41. Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é mais do que Jonas.
42. A rainha do meio dia se levantará no dia do juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está aqui quem é mais do que Salomão.
43. E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra.
44. Então diz: Voltarei para a minha casa donde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada.
45. Então vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e são os últimos actos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má.
46. E, falando ele ainda à multidão eis que estavam fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo falar-lhe.
47. E disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, que querem falar-te.
48. Porém ele, respondendo, disse ao que lhe falara. Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos?
49. E, estendendo a sua mão para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos;
50. Porque, qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe.
Capítulo 13.
1. Tendo Jesus saído de casa naquele dia, estava assentado junto ao mar;
2. E ajuntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia.
3. E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.
4. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;
5. E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda;
6. Mas, vindo o sol, queimou-se e secou-se, porque não tinha raiz.
7. E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, e sufocaram-na.
8. E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta.
9. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
10. E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Porque lhes falas por parábolas?
11. Ele respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;
12. Porque àquele que tem, se dará e terá em abundância; mas aquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.
13. Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem.
14. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e vendo, vereis, mas não percebereis.
15. Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviram de mau grado com seus ouvidos, e fecharam seus olhos; para que não vejam com os olhos, e ouçam com o ouvido, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure.
16. Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.
17. Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram.
18. Escutai vós, pois, a parábola do semeador.
19. Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho;
20. Porém o que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria;
21. Mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se ofende;
22. E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas, sufocam a palavra, e fica infrutífera;
23. Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta.
24. Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo;
25. Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.
26. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio.
27. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Porque tem então joio?
28. E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Quereis pois que vamos arrancá-lo?
29. Porém ele lhes disse: Não; para que ao colher o joio não arranqueis também o trigo com ele.
30. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar, mas o trigo ajuntai-o no meu celeiro.
31. Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando dele, semeou no seu campo;
32. O qual é realmente a mais pequena de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos.
33. Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado.
34. Tudo isto disse Jesus por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem parábolas;
35. Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo.
36. Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.
37. E ele, respondendo, disse: O que semeia a boa semente, é o Filho do homem;
38. O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino, e o joio são os filhos do maligno;
39. O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos.
40. Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo.
41. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidade.
42. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.
43. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
44. Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.
45. Outrossim o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas;
46. E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.
47. Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes.
48. E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora.
49. Assim será na consumação dos séculos: Virão os anjos, e separarão os maus de entre os justos,
50. E lançá-los-ão na fornalha de fogo: ali haverá pranto e ranger de dentes.
51. E disse-lhes Jesus: Entendestes todas estas coisas? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor.
52. E ele disse-lhes: Por isso, todo o escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.
53. E aconteceu que Jesus, concluindo estas parábolas, se retirou dali.
54. E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilharam, e diziam: Donde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas?
55. Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?
56. E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe veio pois tudo isto?
57. E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa.
58. E não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles.
Capítulo 14.
2. E ajuntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia.
3. E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.
4. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;
5. E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda;
6. Mas, vindo o sol, queimou-se e secou-se, porque não tinha raiz.
7. E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, e sufocaram-na.
8. E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta.
9. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
10. E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Porque lhes falas por parábolas?
11. Ele respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;
12. Porque àquele que tem, se dará e terá em abundância; mas aquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.
13. Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem.
14. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e vendo, vereis, mas não percebereis.
15. Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviram de mau grado com seus ouvidos, e fecharam seus olhos; para que não vejam com os olhos, e ouçam com o ouvido, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure.
16. Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.
17. Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram.
18. Escutai vós, pois, a parábola do semeador.
19. Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho;
20. Porém o que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria;
21. Mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se ofende;
22. E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas, sufocam a palavra, e fica infrutífera;
23. Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta.
24. Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo;
25. Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.
26. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio.
27. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Porque tem então joio?
28. E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Quereis pois que vamos arrancá-lo?
29. Porém ele lhes disse: Não; para que ao colher o joio não arranqueis também o trigo com ele.
30. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar, mas o trigo ajuntai-o no meu celeiro.
31. Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando dele, semeou no seu campo;
32. O qual é realmente a mais pequena de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos.
33. Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado.
34. Tudo isto disse Jesus por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem parábolas;
35. Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo.
36. Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.
37. E ele, respondendo, disse: O que semeia a boa semente, é o Filho do homem;
38. O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino, e o joio são os filhos do maligno;
39. O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos.
40. Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo.
41. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidade.
42. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.
43. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
44. Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.
45. Outrossim o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas;
46. E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.
47. Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes.
48. E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora.
49. Assim será na consumação dos séculos: Virão os anjos, e separarão os maus de entre os justos,
50. E lançá-los-ão na fornalha de fogo: ali haverá pranto e ranger de dentes.
51. E disse-lhes Jesus: Entendestes todas estas coisas? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor.
52. E ele disse-lhes: Por isso, todo o escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.
53. E aconteceu que Jesus, concluindo estas parábolas, se retirou dali.
54. E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilharam, e diziam: Donde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas?
55. Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?
56. E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe veio pois tudo isto?
57. E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa.
58. E não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles.
Capítulo 14.
1. Naquele tempo ouviu Herodes, o tetrarca, a fama de Jesus,
2. E disse aos seus criados: Este é João Baptista; ressuscitou dos mortos e por isso estas maravilhas operam nele.
3. Porque Herodes tinha prendido João, e tinha-o maniatado e encerrado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe;
4. Porque João lhe dissera: Não te é lícito possuí-la.
5. E, querendo matá-lo, temia o povo; porque o tinham como profeta.
6. Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante dele, e agradou a Herodes.
7. Pelo que prometeu com juramento dar-lhe tudo o que pedisse;
8. E ela, instruída previamente por sua mãe, disse: Dá-me aqui num prato a cabeça de João Baptista.
9. E o rei afligiu-se, mas, por causa de juramento, dos que estavam à mesa com ele, ordenou que se lhe desse.
10. E mandou degolar João no cárcere,
11. E a sua cabeça foi trazida num prato, e dada à jovem, e ela a levou a sua mãe.
12. E chegaram os seus discípulos, e levaram o corpo, e o sepultaram; e foram anunciá-lo a Jesus.
13. E Jesus, ouvindo isto retirou-se dali num barco, para um lugar deserto, apartado; e, sabendo-o o povo, seguiu-o a pé desde as cidades.
14. E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos.
15. E, sendo chegada a tarde, os seus discípulos aproximaram-se dele, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já avançada; despede a multidão, para que vão pelas aldeias, e comprem comida para si.
16. Jesus, porém, lhes disse: Não é mister que vão: dai-lhes vós de comer.
17. Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.
18. E ele disse: Trazei-mos aqui.
19. E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a erva tomou os cinco pães e os dois peixes, e erguendo os olhos ao céu, os abençoou, e, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos à multidão.
20. E comeram todos, e saciaram-se; e levantaram dos pedaços que sobejaram, doze alcofas cheias.
21. E os que comeram foram quase cinco mil homens, além das mulheres e crianças.
22. E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco, e fossem adiante para a outra banda, enquanto despedia a multidão.
23. E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só.
24. E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas, porque o vento era contrário;
25. Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles, caminhando por cima do mar.
26. E os discípulos, vendo-o caminhar sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram, com medo.
27. Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não temais.
28. E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas.
29. E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus.
30. Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo clamou, dizendo: Senhor; salva-me.
31. E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, porque duvidaste?
32. E, quando subiram para o barco, acalmou o vento.
33. Então aproximaram-se os que estavam no barco, e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus.
34. E, tendo passado para a outra banda, chegaram à terra de Genezaré.
35. E, quando os homens daquele lugar o conheceram, mandaram por todas aquelas terras em redor, e trouxeram-lhe todos os que estavam enfermos.
36. E rogavam-lhe que ao menos eles pudessem tocar a orla do seu vestido; e todos os que a tocavam ficavam sãos.
2. E disse aos seus criados: Este é João Baptista; ressuscitou dos mortos e por isso estas maravilhas operam nele.
3. Porque Herodes tinha prendido João, e tinha-o maniatado e encerrado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe;
4. Porque João lhe dissera: Não te é lícito possuí-la.
5. E, querendo matá-lo, temia o povo; porque o tinham como profeta.
6. Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante dele, e agradou a Herodes.
7. Pelo que prometeu com juramento dar-lhe tudo o que pedisse;
8. E ela, instruída previamente por sua mãe, disse: Dá-me aqui num prato a cabeça de João Baptista.
9. E o rei afligiu-se, mas, por causa de juramento, dos que estavam à mesa com ele, ordenou que se lhe desse.
10. E mandou degolar João no cárcere,
11. E a sua cabeça foi trazida num prato, e dada à jovem, e ela a levou a sua mãe.
12. E chegaram os seus discípulos, e levaram o corpo, e o sepultaram; e foram anunciá-lo a Jesus.
13. E Jesus, ouvindo isto retirou-se dali num barco, para um lugar deserto, apartado; e, sabendo-o o povo, seguiu-o a pé desde as cidades.
14. E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos.
15. E, sendo chegada a tarde, os seus discípulos aproximaram-se dele, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já avançada; despede a multidão, para que vão pelas aldeias, e comprem comida para si.
16. Jesus, porém, lhes disse: Não é mister que vão: dai-lhes vós de comer.
17. Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.
18. E ele disse: Trazei-mos aqui.
19. E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a erva tomou os cinco pães e os dois peixes, e erguendo os olhos ao céu, os abençoou, e, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos à multidão.
20. E comeram todos, e saciaram-se; e levantaram dos pedaços que sobejaram, doze alcofas cheias.
21. E os que comeram foram quase cinco mil homens, além das mulheres e crianças.
22. E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco, e fossem adiante para a outra banda, enquanto despedia a multidão.
23. E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só.
24. E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas, porque o vento era contrário;
25. Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles, caminhando por cima do mar.
26. E os discípulos, vendo-o caminhar sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram, com medo.
27. Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não temais.
28. E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas.
29. E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus.
30. Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo clamou, dizendo: Senhor; salva-me.
31. E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, porque duvidaste?
32. E, quando subiram para o barco, acalmou o vento.
33. Então aproximaram-se os que estavam no barco, e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus.
34. E, tendo passado para a outra banda, chegaram à terra de Genezaré.
35. E, quando os homens daquele lugar o conheceram, mandaram por todas aquelas terras em redor, e trouxeram-lhe todos os que estavam enfermos.
36. E rogavam-lhe que ao menos eles pudessem tocar a orla do seu vestido; e todos os que a tocavam ficavam sãos.
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